A empresa disse à agência de informação financeira Bloomberg que está “atualmente focada no desenvolvimento do ‘hub’ africano a partir da África do Sul”, que será liderado pela jornalista Paula Slier, uma jornalista sul-africana que dirigia o escritório da RT em Jerusalém.
A entrada em África contrasta com a proibição de que a RT foi alvo na União Europeia, no Reino Unido e no Canadá pouco tempo depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro.
Na altura, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, proibiu a RT e a Sputnik, outro canal de televisão russo, de transmitirem o sinal em território europeu, argumentando que assim “não poderiam continuar a espalhar mentiras para justificar a guerra de Putin e tentar dividir a nossa união”, o que mereceu da RT um processo em tribunal, em junho, no qual se afirma que a UE está ilegalmente a censurar jornalistas.
Em sentido semelhante, o grupo MultiChoice, o mais fornecedor de televisão paga em África, também deixou de transmitir o canal RT quando as sanções suspenderam um distribuidor global de transmitir o sinal.
De acordo com a Bloomberg, emitir o sinal da RT em África seria mais um passo na estratégia mediática dos diplomatas russos no continente para contrariar as acusações europeias e norte-americanas de que a invasão da Ucrânia pela Rússia é injustificada e está a aumentar os preços dos alimentos e dos combustíveis.
A operação da RT na África do Sul parece retomar a ofensiva mediática russa no continente, já que, ainda antes da guerra, em 10 de fevereiro, a estação anunciou que estava a preparar-se para se instalar em Nairobi, a capital do Quénia, procurando arrendar um escritório e contratar jornalistas.
A confirmar-se a intenção de abrir um escritório em África, a RT dará uma visão concorrente de outras televisões estatais, como a British Broadcasting Corporation (BBC) ou a China Global Television Network.
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