No entanto, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alerta no relatório, dirigido ao Conselho de Segurança, que os ‘jihadistas’ continuam a representar uma grave ameaça e estão a “adaptar-se parcialmente” às perdas no campo de batalha.

“O ISIL [sigla em inglês de Estado Islâmico do Iraque e do Levante] está na defensiva, militarmente, em várias regiões, nomeadamente no Afeganistão, Iraque, Líbia e na República Árabe da Síria”, afirma o documento, enviado ao Conselho de Segurança na quinta-feira passada.

As finanças do EI estão em queda, obrigando o grupo a trabalhar com um “orçamento de crise”, acrescenta.

As vendas ilegais de petróleo, sobretudo de explorações de petróleo na província síria de Deir Ezzor, caíram de 500 milhões de dólares (465 milhões de euros) em 2015 para quase metade – 260 milhões — no ano passado.

O relatório apela aos governos para que se mantenham atentos a esforços do EI para encontrar novas fontes de financiamento, apontando preocupações de que jornalistas e funcionários humanitários que viajem para áreas resgatadas ao grupo ‘jihadista’ possam ser alvo de raptos.

O fluxo de combatentes estrangeiros para o Iraque e a Síria diminuiu consideravelmente, devido às medidas de segurança adotadas pelos governos e também por causa da “menor atratividade” do grupo, aponta o documento.

“A capacidade do ISIL de atrair novos recrutas diminuiu e cada vez mais combatentes estão a abandonar o campo de batalha”, relata.

O Conselho de Segurança reúne-se esta terça-feira para discutir o relatório, quando o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu ordens aos generais norte-americanos para que concebam um novo plano para derrotar os extremistas radicais.

As forças iraquianas continuam a sua ofensiva para expulsar o EI de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, tomada em 2014 e proclamada como a capital de um califado que se estendeu para a Síria.

Em resposta à pressão militar, as comunicações e recrutamento do EI estão “rapidamente a mover-se na direção de métodos mais encobertos, como o uso da ‘dark web’ [internet obscura], encriptação e mensagens”.

“O grupo continua a encorajar os seus seguidores e simpatizantes a perpetrar ataques fora das zonas de conflito”, diz ainda o relatório.