Nascido na Polónia, Jakiw Palij, hoje com 95 anos, trabalhou como assistente das SS no campo de trabalho forçado de Trawniki em 1941, no qual mais de seis mil judeus foram exterminados.

"Com a admissão de Palij, o governo federal envia um sinal claro da responsabilidade moral da Alemanha", afirmou à AFP o porta-voz do ministério alemão das Relações Exteriores.

Palij chegou nesta terça-feira ao aeroporto de Düsseldorf, e foi levado para um centro de cuidados geriátricos perto de Münster (oeste do país), indica a imprensa alemã.

"A obrigação que deriva de nossa história implica a aceitação e um debate honesto sobre os crimes do regime de terror nazi (...) Nós assumimos a responsabilidade com as vítimas do nacional-socialismo, assim como para com nossos parceiros internacionais", disse o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, ao jornal ‘Frankfurter Allgemeine Zeitung’.
Palij imigrou em 1949 para os Estados Unidos e recebeu a nacionalidade americana oito anos mais tarde. Mas em 2003, um juiz federal cassou-lhe a nacionalidade porque Palij mentiu sobre o seu passado nas SS.

Um promotor considerou que Palij, como guarda de uma campo de concentração nazi, impediu que os prisioneiros escapassem e "contribuiu diretamente para o massacre", o que ele nega.

Apesar dos reiterados pedidos das autoridades norte-americanas, o ex-guarda não pôde ser expulso. No final pesaram mais os protestos diante de sua casa em Nova York.

"Palij mentiu sobre o facto de ser nazi e ficou nos Estados Unidos durante décadas. A sua expulsão envia uma forte mensagem: os Estados Unidos não toleram aqueles que facilitaram os crimes nazis e outras violações dos direitos humanos e não encontrarão refúgio em território americano", afirma um comunicado da Casa Branca.

A Alemanha julgou e condenou nos últimos anos vários ex-membros das SS por cumplicidade em assassínios, mas até agora nenhum deles foi para a prisão por motivos de saúde.

O último caso foi o de Oskar Gröning, conhecido como o "contador de Auschwitz", que morreu em março aos 96 anos. pouco antes de ser levado para a prisão.