O cancro em causa chama-se leucemia linfoblástica aguda das células T, que aparece a partir das células precursoras (células indiferenciadas) que produzem as células T (também chamadas linfócitos T, um tipo de glóbulos brancos que protege o organismo).
Segundo um comunicado do IGC, o estudo revelou que este tipo de leucemia "pode emergir como consequência de prolongar a permanência das células precursoras" no timo, uma glândula situada sobre o coração que é responsável pelo desenvolvimento e a seleção de linfócitos T.
Os resultados da investigação, conduzida pela cientista do IGC Vera Martins, foram publicados na revista da especialidade The Journal of Immunology.
O IGC explica que, durante o processo de desenvolvimento dos linfócitos T, essenciais para combater infeções e prevenir o cancro, "há células precursoras que vêm da medula óssea e entram no timo para se desenvolver e aprender a proteger o organismo".
"Neste processo, o timo tem uma 'linha de montagem' onde muitas destas células iniciam a sua formação, mas são descartadas se não funcionarem bem", adianta o comunicado.
O trabalho liderado por Vera Martins concluiu que se "houver um problema" com as células precursoras, o timo "consegue manter sozinho a sua 'linha de montagem' durante algum tempo" e que esta função "está associada a um risco elevado de desenvolvimento de leucemia linfoblástica aguda das células T".
A equipa do IGC testou em ratinhos diversos "fatores genéticos" associados à formação dos linfócitos T.
"Em todas as condições [genéticas] testadas havia uma incidência de cerca de 80%" de leucemia linfoblástica aguda das células T, assinala o Instituto Gulbenkian de Ciência.
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