"O centro açoriano do leite e lacticínios vai encomendar a uma entidade internacionalmente reconhecida um estudo comparativo entre o leite produzido nos Açores e o leite nacional e internacional. Será assim mais um passo rumo a uma melhor e mais objetiva caracterização comparativa do leite açoriano podendo também contribuir como suporte objetivo de futuras campanhas de marketing em que pretenda destacar as características diferenciadoras do leite açoriano", adiantou Vasco Cordeiro.

O presidente do executivo açoriano falava na inauguração do "IV concurso micaelense Holstein Frísica de Outono", que arrancou hoje no Parque de São Miguel, em Santana.

Vasco Cordeiro salientou que o estudo ao leite açoriano será feito a par "do reconhecimento da qualidade da manteiga dos Açores", através dos estatutos Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP).

"Este conjunto de iniciativas visam contribuir para uma valorização do leite e consequentemente para o reforço do rendimento de toda a fileira", disse.

Vasco Cordeiro manifestou-se confiante "no futuro" do sector agrícola, admitindo que o sector terá "muitos desafios" para vencer, como é o caso do "preço do leite pago à produção".

"Apesar de já ter verificado aumentos recentes ainda regista um grande diferencial para os preços praticados no resto do país e da Europa, no fundo e neste domínio aquilo que o governo dos Açores espera é que a diferença do preço do leite pago nos Açores faça uma trajetória de convergência progressiva e constante permitindo por essa via a produção ser cada vez mais competitiva e mais rentável", disse Vasco Cordeiro.

Já antes do discurso do chefe do Governo Regional dos Açores, o presidente da Associação Agrícola de São Miguel tinha insistido na necessidade da subida do preço do leite pago pelas indústrias à produção.

"As subidas têm sido ténues e residuais e nós estamos numa média de subidas dos dois cêntimos e isto quanto às nossas grandes expetativas de retomas do preço do leite elas até hoje ainda não existiram", lembrou.

Jorge Rita falou num sentimento de "constrangimento" tendo em conta que apesar de "tantos anúncios" por parte do Governo Regional, os Açores continuarem a ter "o preço do leite pago ao produtor mais barato da Europa".

"Essa situação tem de ser invertida, porque nós não vamos aguentar muito mais tempo(...). Rapidamente as indústrias têm de aumentar o preço do leite", salientou.

Jorge Rita lembrou que os agricultores "não são pedintes" e que, à semelhança de outros sectores, "reivindicam aquilo que têm direito", vincando que "existem pagamentos calendarizados" que deveriam ser feitos até ao final do ano.