Os comentários feitos pelo comissário da Proteção das Fronteiras e Alfândegas, Kevin McAleenan, sucedem à ordem presidencial de acabar com a separação de pais e filhos quanto atravessam ilegalmente a fronteira.
McAleenan falou também pouco depois de o secretário da Justiça, Jeff Sessions, defender a separação das famílias, durante um discurso no Estado do Nevada, garantindo que muitas crianças foram trazidas para a fronteira por membros de gangues violentos.
Por junto, estas declarações somaram-se à confusão nacional, com pais e mães a procurarem reunir as respetivas famílias, que foram separadas pelo governo de Donald Trump, com alguns dos seus membros enviados para diferentes partes dos EUA.
Uma mãe da Guatemala chorava enquanto contava aos repórteres, em El Paso, no Estado do Texas, que o seu filho de quatro anos lhe fora retirado depois de terem atravessado a fronteira.
O menino acabou por ser localizado num abrigo em Nova Iorque. Quando a mãe contactou um trabalhador social para falar com o filho, foi-lhe dito que a criança não queria falar com ela, porque estava zangada com ela e pensava que a mãe a tinha abandonado.
Esta mãe é um dos 32 pais libertados de custódia federal, enquanto prossegue a análise dos seus pedidos de asilo. A estes pais não foi dito quando é que voltariam a ver os filhos.
Falando para jornalistas no Texas, McAleenan disse que tinha deixado de enviar pais acusados de entrada ilegal nos EUA para os procuradores depois de Donald Trump ter assinado uma ordem executiva na semana passada a acabar com as separações.
Mas o comissário e Sessions insistiram que a política do governo mantém-se, mas que os casos não podem ser levados à justiça, porque os pais não podem ser separados dos filhos.
McAleenan avançou que está a procurar a maneira de recomeçar com os processos.
A assessora de imprensa da Casa Branca insistiu que a mudança de posição do governo era apenas temporária, porque os recursos estavam a escassear.
“Estamos a ficar sem espaço”, disse. “Estamos a ficar sem recursos para manter as pessoas juntas”, acrescentou.
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