O plano original dos norte-americanos previa enviar para a Ucrânia 31 dos mais recentes M1A2 Abrams, que poderia levar um ou dois anos para serem construídos e enviados.
Mas o Pentágono realçou hoje que foi tomada a decisão de enviar a versão mais antiga, o M1A1, que podem ser retirados das reservas do Exército, sendo que este modelo também será mais fácil para as forças ucranianas aprenderem a manobrar e combater as forças russas invasoras, noticiou a agência Associated Press (AP).
“Trata-se de colocar esta importante capacidade de combate nas mãos dos ucranianos mais cedo do que tarde”, frisou o porta-voz do Pentágono, o general Pat Ryder.
A administração de Joe Biden anunciou em janeiro o envio de tanques para a Ucrânia, depois de insistir durante meses que estes eram muito complicados, difíceis de manter e reparar.
A decisão de Washington fez parte de uma manobra política mais ampla que abriu as portas para a Alemanha anunciar que enviaria os seus tanques Leopard 2 para a Ucrânia e permitiria que a Polónia e outros aliados fizessem o mesmo.
Durante uma conferência de imprensa no Pentágono, Ryder referiu que os tanques serão remodelados e deixados prontos para o combate na Ucrânia, sem especificar onde é que esse trabalho será feito.
Também ainda não é claro quando é que os EUA começam a treinar as forças ucranianas sobre o uso, manutenção e reparação dos Abrams.
A intenção é fazer com que o treino das tropas coincida com a remodelação dos tanques, para que ambos estivessem prontos para a batalha ao mesmo tempo ainda este ano, frisaram autoridades norte-americanas, que falaram sob condição de anonimato.
As forças russas e ucranianas estão num impasse, combatendo por pequenas porções de terra durante o inverno. As batalhas mais ferozes ocorreram na região oriental de Donetsk, onde a Rússia luta para cercar a cidade de Bakhmut perante a obstinada defesa ucraniana.
Ambos os lados devem lançar ofensivas mais intensas na primavera.
Questionado sobre o momento da chegada dos tanques ao campo de batalha, Ryder indicou que os Abrams fazem parte do apoio militar de médio e longo prazo que os EUA estão a fornecer à Ucrânia.
O porta-voz do Pentágono salientou que à medida que as forças ucranianas recuperam território, também precisarão de sustentar esses ganhos e impedir que a Rússia o recupere novamente.
As autoridades ucranianas têm pressionado persistentemente pelos Abrams, que foi implantado pela primeira vez na guerra em 1991 e tem blindagem espessa, canhão principal de 120 mm, capacidade de perfuração de blindagem e sistemas avançados de mira.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.317 civis mortos e 13.892 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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