O ataque, lançado em retaliação pela morte de dois soldados norte-americanos e três afegãos num ataque talibã, matou pelo menos 30 civis, entre os quais várias crianças, e deu origem a violentos protestos com manifestantes a transportarem os corpos de crianças mortas em camionetas de caixa aberta.

“O presidente afegão enviou uma delegação especial a Kunduz para investigar o incidente. Qualquer negligência será punida”, disse à imprensa o porta-voz da presidência, Haroon Chakhansuri.

Um porta-voz das forças dos Estados Unidos no Afeganistão, o general Charles Cleveland, disse hoje que as primeiras informações apontam para que o ataque “muito provavelmente tenha resultado em baixas civis”.

O incidente ocorre num contexto de crescente insegurança no Afeganistão, depois de em outubro os talibãs terem tomado Kunduz pela segunda vez num ano.

“Lamento profundamente a perda de vidas inocentes, independentemente das circunstâncias. A perda de vidas inocentes é uma tragédia e os nossos pensamentos estão com as famílias”, disse o principal comandante da NATO no país, John Nicholson.

“Vamos trabalhar com os nossos parceiros afegãos para investigar e determinar os factos”, assegurou.

Segundo o ministro da Defesa, Daulat Waziri, o ataque permitiu matar alguns comandantes talibãs e alguns dos civis mortos eram familiares dos mesmos.

As vítimas civis de forças da NATO têm sido uma das questões mais polémicas dos 15 anos de intervenção armada no Afeganistão, valendo às forças ocidentais fortes críticas do governo afegão e da opinião pública.

A NATO mantém no país cerca de 12.000 militares, em missão de aconselhamento das forças afegãs, e os Estados Unidos 9.800, prevendo reduzir o contingente para 8.400 em janeiro.