Segundo John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da administração norte-americana liderada por Joe Biden, desde agosto, o Irão forneceu centenas de ‘drones’ (aparelhos voadores não tripulados) à Rússia, que os tem utilizado para atacar “infraestruturas cruciais” na Ucrânia.

Kirby disse ter informações adicionais de que o apoio iraniano à “guerra russa” aumentou desde novembro de 2022.

“Acreditamos que a Rússia poderá fornecer ao Irão apoio militar sem precedentes, incluindo mísseis, tecnologias e sistemas de defesa aérea”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, especificando que Moscovo poderá facilitar “aviões de combate” a Teerão.

Segundo o porta-voz norte-americano, em apoio à guerra na Ucrânia, o Irão enviou equipamento militar de artilharia e munições para tanques para a Rússia, que pretende reforçar a cooperação para obter mais material de guerra.

Em troca, Moscovo ofereceu ao país persa não apenas caças-bombardeiros, mas também “mísseis, equipamentos eletrónicos e defesas antiaéreas”, disse Kirby.

“O Irão também está a procurar comprar mais equipamento militar à Rússia, incluindo helicópteros de combate, radares e aeronaves YAK-130” acrescentou.

Kirby afirmou que a Coreia do Norte forneceu armas ao grupo de mercenários russos Wagner, “que está a cometer atrocidades e abusos aos direitos humanos na Ucrânia”.

Em praticamente todo o mundo assinala-se hoje o primeiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, país que os Estados Unidos e aliados estão a ajudar com assistência militar.

Washington anunciou hoje um novo pacote de assistência militar e humanitária a Kiev, bem como novas sanções contra as autoridades russas e seus parceiros noutros países, bem como um aumento nas tarifas sobre as importações de metais da Rússia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, há exatamente um ano, 8.006 civis mortos e 13.287 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.