"Se Trump ganhar, ataca as hipóteses de o planeta de lidar com as alterações climáticas. A longo prazo, esse será o maior resultado de uma noite horrível", escreveu no Twitter o ambientalista norte-americano Bill McKibben, pouco tempo antes de se confirmar a eleição de Trump como próximo presidente dos Estados Unidos.

A planetóloga Carolyn Porco, dirigindo-se às pessoas de Florida, onde Trump ganhou por uma pequena margem, afirmou que o estado vai acabar por sofrer as consequências da forma como votou, "quando desaparecer no oceano".

A cientista americana aproveitou ainda o Twitter para questionar se alguns dos seus amigos não a queriam seguir numa mudança para a "Nova Zelândia". Murray Rudd, especialista em ambiente na Universidade de Emory, afirmava que procurava regressar ao Canadá.

O britânico James Murray, editor do 'site' Business Green, sublinhou, na mesma rede social, que o mandato de Trump significa que a oportunidade de se construir algo a partir da crise ambiental "foi desperdiçada".

O físico português Carlos Fiolhais também mostrou o seu "espanto" perante a "clara vitória de Donald Trump", no blogue "De Rerum Natura".

Para o cientista da Universidade de Coimbra, a ciência "vai ser vítima do populismo", bem como o ambiente e a saúde, recordando que Trump "não acredita nas alterações climáticas, pensa que há uma relação entre vacinas e autismo e pensa que as eólicas e as lâmpadas economizadoras de energia causam doenças".

"A ciência nos Estados Unidos tem agora um opositor com imenso poder", sublinhou Carlos Fiolhais.

O astrónomo Phil Plait também utilizou a rede social Twitter para referir que "a catástrofe das alterações climáticas" deverá representar a medida com mais impacto do mandato de Trump.

Numa resposta a um desafio da revista Nature, vários cientistas mostraram-se preocupados com as possibilidades de financiamento a projetos científicos nos próximos anos.

"É assustador para a ciência e investigação" e "boa sorte com o financiamento" foram algumas das respostas.

Uma docente mostrou-se "de rastos" pelos "jovens cientistas" que ajudou a "ensinar e a crescer".

Aquele que é considerado o pai da internet, Tim Berners-Lee, que fazia campanha no Twitter contra Trump, destacou hoje o 'tweet' de um jornalista que recordava que "o maior sistema de segurança e vigilância que um estado inventou está agora nas mãos de Donald Trump".

"Como é que se vai ensinar uma turma depois da vitória do Trump", questionava-se o cientista americano Andrew Maynard, no Twitter, sugerindo que se enterre a "intolerância política" e que se ensine "com dignidade e equidade".