Sullivan contactou Ushakov para informar Moscovo que a breve tentativa de sedição de Prigozhin, presumivelmente morto na quarta-feira num desastre aéreo na Rússia, era um assunto interno, numa tentativa de evitar uma maior deterioração das relações, já agravada pela invasão da Ucrânia, disseram ao The Wall Street Journal fontes sob condição de anonimato.

Prigozhin protestou vigorosamente durante meses contra o Ministério da Defesa e as lideranças militares russas, e em 23 de junho, enviou uma coluna de blindados em direção a Moscovo.

O objetivo seria precipitar a queda das chefias militares, mas os mercenários foram parados a cerca de cem quilómetros da capital, graças à mediação do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

O Presidente russo, Vladimir Putin, descreveu o ocorrido como alta traição, mas foi dada a oportunidade a Prigozhin e aos seus homens de se exilarem na Bielorrússia, integrarem as forças regulares russas ou reformarem-se.

Na quarta-feira, dois meses depois da rebelião, um jato privado em que, segundo as autoridades aeronáuticas russas, seguia Prigozhin caiu na região russa de Tver, a norte de Moscovo, juntamente com outras nove pessoas, incluindo Dmitri Utkin, fundador do grupo Wagner.

Numa primeira reação, o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden referiu que não ficou surpreendido com a possível morte de Yevgeny Prigozhin.

“Ainda não sei bem o que aconteceu, mas não estou surpreendido. Poucas coisas acontecem na Rússia sem que Putin tenha algo a ver com isso”, frisou o chefe de Estado norte-americano, em declarações durante as suas férias que decorrem em Lake Tahoe, localizado entre Nevada e Califórnia.