Segundo a estação televisiva CBS e o jornal Político, citados na quinta-feira pela agência EFE, a proposta para aplicar a pena de morte está incluída num pacote de medidas em elaboração pela Casa Branca, para acabar com a epidemia de abuso de consumo de opiáceos que atinge os Estados Unidos da América.
O Presidente do país, Donald Trump, deverá dar a conhecer este plano na próxima segunda-feira, numa iniciativa em New Hampshire, o terceiro estado com maior número de casos de ‘overdose’ de opiáceos depois da Virgínia Ocidental e Ohio.
No início do mês, Trump sugeriu que os Estados Unidos poderiam seguir o exemplo de outros países que aplicam a pena de morte a traficantes.
Noutras ocasiões, o Presidente norte-americano referiu-se ao “trabalho incrível” do chefe de Estado das Filipinas, Rodrigo Duterte, cuja ofensiva governamental contra o tráfico de droga provocou 4.000 mortes em operações policiais, embora se estime que o número de vítimas possa ultrapassar as 7.000.
De acordo com a CBS e o diário Político, o plano de Washington prevê a possibilidade da condenação à morte de criminosos que, comprovadamente, cometeram delitos relacionados com o tráfico de droga e que foram “diretamente responsáveis” pela morte de alguém devido à sobredosagem.
A Casa Branca refere-se especificamente às mortes relacionadas com o consumo de analgésicos opiáceos, que podem ser obtidos com receita ou no mercado negro, mas também ao fentanil, que esteve, por exemplo, na origem da morte do cantor Prince.
Este analgésico é entre 80 e 100 vezes mais potente que a morfina e entre 25 e 40 vezes mais forte que a heroína, de acordo com informação de 2015 da Agência Antidrogas norte-americana.
O fentanil, habitualmente usado para tratar o cancro, tem sido nos últimos anos utilizado por grupos criminosos para aumentar a potência da heroína.
O plano propõe, ainda, a criação, no Departamento de Justiça, de uma unidade dedicada ao combate à venda na Internet de opiáceos, além uma alteração no pagamento, por parte do governo, dos fármacos prescritos para a dor.
De acordo com dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, em 2016 morreram 64.000 pessoas por sobredosagem de opiáceos (incluindo a heroína) nos Estados Unidos.
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