Num encontro à margem do encontro de chefes de diplomacia do G20, em Nova Deli, Blinken e Lavrov falaram por alguns minutos, apesar de não estar prevista nenhuma reunião bilateral.

“Eu disse ao ministro dos Negócios Estrangeiros (russo) o que eu, como tantos outros, disse na semana passada nas Nações Unidas e o que tantos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20 disseram: ponha fim a esta guerra de agressão, empenhe-se numa diplomacia significativa que possa produzir uma paz justa e duradoura”, disse Blinken, em declarações aos jornalistas.

Blinken e Lavrov não se tinham encontrado presencialmente a sós desde janeiro de 2022, algumas semanas antes do início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Ainda assim, os dois chefes de diplomacia conversaram por telefone, mas sobre outros assuntos além da Ucrânia.

Durante as sessões da reunião ministerial do G20 em Nova Deli, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia criticou o “comportamento obsceno de uma série de delegações ocidentais, que transformaram o trabalho na agenda numa farsa”, segundo a agência pública russa TASS.

A reunião de chefes de diplomacia do G20 terminou sem um comunicado final conjunto, evidenciando as diferenças que existem entre os membros deste fórum, composto por 19 das maiores economias mundiais e pelo bloco da União Europeia, sobre a guerra na Ucrânia.

Em vez de um comunicado formal, os anfitriões do encontro optaram por um texto de síntese dos debates realizados, onde se afirma que cada um dos países reiterou as respetivas posições em relação ao conflito desencadeado há pouco mais de um ano pela ofensiva militar russa.

A Rússia e a China, que fazem parte do G20, opuseram-se a um parágrafo do comunicado final conjunto que exigia “a retirada total e incondicional da Rússia do território da Ucrânia”, segundo um resumo das discussões divulgado pela presidência indiana.

A Rússia também quis incluir no documento a necessidade de uma investigação “imparcial”, após as explosões que em setembro danificaram os gasodutos russos Nord Stream 1 e 2 no Mar Báltico, de acordo com a versão divulgada pela comitiva da Rússia.

Durante a reunião, os delegados dos países ocidentais disseram temer que a China esteja a ponderar fornecer armas à Rússia e disseram, antes da cimeira, que pretendem desencorajar Pequim de intervir no conflito.

“Se a China se envolver no apoio material letal para a agressão da Rússia ou se envolver na violação sistemática de sanções para ajudar a Rússia, isso constituirá um problema sério”, disse Blinken.