De acordo com o também senador pelo estado do Kentucky, citado pela agência France-Presse, “etapas preliminares”, como a tomada de posse dos senadores diante do presidente do Supremo Tribunal da Justiça dos EUA, John Roberts, poderão ocorrer no final desta semana.

O julgamento do ‘impeachment’ do republicano Donald Trump vai ser conduzido por John Roberts, mas vão ser os senadores a atuar como juízes, perante os advogados escolhidos pelo chefe de Estado norte-americano.

A líder da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, anunciou hoje que aquele órgão vai votar na quarta-feira o envio para o Senado dos dois artigos para destituição de Trump, elegendo os promotores para o julgamento político do Presidente dos EUA.

Nancy Pelosi disse que os democratas estão prontos para aprovar, com a sua maioria, o envio destes dois artigos de destituição para o Senado, acusando Donald Trump de abuso de poder e de obstrução ao Congresso.

“A Câmara votará na quarta-feira, dia 15 de janeiro, a transmissão de acusações” contra o Presidente dos EUA, disse a líder da Câmara dos Representantes, em comunicado, depois de uma reunião à porta fechada com o seu grupo parlamentar.

A líder da Câmara acrescentou que os democratas elegerão ainda os representantes que servirão de promotores no processo de ‘impeachment’, para que o julgamento político de Donald Trump possa ser iniciado no Senado.

Donald Trump é acusado de ter pressionado o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para investigar a atividade do filho do seu adversário político Joe Biden junto de uma empresa ucraniana envolvida num caso de corrupção, num gesto que a Câmara de Representantes diz constituir um ato de abuso de poder, bem como de ter tentado obstruir a averiguação destes factos por parte do Congresso.

Em 18 de dezembro, a maioria democrata na Câmara de Representantes aprovou dois artigos de destituição com base nestas acusações, tornando Donald Trump o terceiro Presidente norte-americano a ficar sujeito a um processo de ‘impeachment’.

Os democratas têm adiado o processo, mas Trump será agora julgado politicamente no Senado, onde será preciso uma maioria de 2/3 dos votos para levar à sua remoção do cargo de Presidente, um cenário improvável perante o controlo dos republicanos na câmara alta do Congresso.

Os democratas pedem que haja novas testemunhas no julgamento político, incluindo o ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton, que já se mostrou disponível para depor no Senado, e o chefe de gabinete de Trump, Mick Mulvaney.

Contudo, o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, já disse que se recusa a aceitar novas testemunhas no processo, que pretende seja resolvido de forma rápida, pedindo a união dos senadores do seu partido para agilizarem a rejeição dos artigos de destituição.