“Quando (esse período de redução da violência) for um sucesso, a assinatura do acordo entre os Estados Unidos e os talibãs irá avançar”, afirmou Mike Pompeo, em comunicado divulgado após uma visita à Arábia Saudita.

“Estamos a preparar-nos para a assinatura acontecer no dia 29 de fevereiro”, acrescentou.

Esta data também foi mencionada pouco antes por um alto responsável afegão, que indicou ainda que a assinatura do acordo deverá acontecer na capital do Qatar, se o período de “redução da violência” anunciado pelos norte-americanos e pelos talibãs for respeitado.

Esta trégua parcial, que deve durar uma semana, mas parece não ter ainda tido início – um ataque talibã contra o exército afegão foi registado domingo no norte do país — foi combinada com o objetivo de permitir a assinatura de um acordo entre os Estados Unidos e os talibãs.

Os talibãs tinham anunciado no início desta semana ter chegado a um acordo com os Estados Unidos para assinar um tratado que colocará fim a duas décadas de conflito no Afeganistão.

Os talibãs dizem que este acordo inclui a possibilidade de negociações diretas entre os afegãos, que o movimento insurgente tinha até agora recusado, e conduzirá a um tratado permanente de paz, que termina uma guerra que remonta a 2001 e que se tornou o mais longo conflito militar em que os Estados Unidos estiveram envolvidos.

O acordo contempla ainda a retirada gradual das tropas norte-americanas e a libertação de cerca de metade dos talibãs que tinham sido feitos prisioneiros pelas forças fiéis ao regime afegão.

Na sexta-feira passada, o Governo afegão e os talibãs já tinham concordado reunir-se em Oslo, no dia 10 de março, na sequência de negociações com os Estados Unidos que permitiram o estabelecimento de uma trégua temporária em que as forças rebeldes se comprometiam a reduzir a violência por um período de sete dias.

Os talibãs dizem que o primeiro passo desta nova fase passará pela libertação pelo Governo de Cabul de 5.000 dos cerca de 11.000 elementos do movimento que se encontram presos.

Em troca, os talibãs comprometem-se a libertar cerca de mil prisioneiros das forças afegãs.

Para a assinatura do acordo, em Doha, serão convidados representantes dos países vizinhos do Afeganistão, membros da União Europeia, do Conselho de Segurança da ONU e da Organização de Cooperação Islâmica.