Austin sublinhou que não apenas a indústria de defesa norte-americana está a fornecer armamento à Ucrânia, mas muitos outros países também o fazem, incluindo a Letónia, onde hoje manteve na capital Riga um encontro com os ‘media’.

“Outros ministérios da Defesa também estão comprometidos e pelo tempo que seja necessário”, garantiu o ex-general norte-americano.

Ao ser questionado sobre se a Rússia representa uma ameaça para a Letónia e os restantes países bálticos, Austin indicou que a Rússia “perdeu bastante armamento e uma enorme quantidade de homens” no decurso dos combates na Ucrânia, pelo que “está menos capacitada como potência terrestre”.

No entanto, advertiu que a Rússia vai tentar regenerar as suas capacidades militares.

O responsável pela Defesa também garantiu que os Estados Unidos vão intensificar os exercícios militares com os países bálticos e intensificar o treino das Forças armadas locais e assegurou que, caso seja necessário, Washington pode enviar tropas adicionais para a região para contrariar uma possível ameaça da Rússia.

No decurso da conferência de imprensa, onde também participou o seu homólogo letão Artis Pabriks, Austin disse que os planos sobre a contínua rotação de forças nos Bálticos implicará a utilização de tropas de brigadas norte-americanas estacionadas na Roménia e em outras regiões da Europa, “mas também podemos trazer forças dos Estados Unidos”.

Por sua vez, o ministro da Defesa letão sublinhou que o resultado da guerra na Ucrânia deve resultar “na derrota da Rússia e na vitória da Ucrânia”, porque caso contrário “a guerra virá depois até nós”.

Artis Pabriks também considerou que a Bielorrússia, que partilha fronteira com a Letónia, se converteu na prática numa parte da Rússia.

“Não vemos a Bielorrússia como um país independente, mas como parte do agressor. Será integrada na Rússia quando os russos decidirem. A fronteira bielorrussa é agora a fronteira russa”.

O secretário da Defesa norte-americano visitou na Letónia a principal base militar do país, em Adazi, a norte da capital, que alberga um grupo de combate essencialmente por soldados canadianos, e de outros dez países.

Austin também se encontrou com o primeiro-ministro letão, Krisjanis Karins, com quem abordou as possibilidades do reforço da cooperação bilateral, incluindo a compra de armamento, indicou o gabinete do chefe de Governo letão.

A deslocação de Austin à Letónia foi a primeira de um secretário da Defesa dos Estados Unidos desde a adesão de Riga e dos dois restantes Estados bálticos (Estónia e Lituânia, todas ex-repúblicas soviéticas) à NATO em 2004.

Na sequência da invasão russa da Ucrânia, a Letónia tem fornecido armamento a Kiev, incluindo mísseis antiaéreos Stinger, munições e equipamento pessoal, avaliado em 200 milhões de euros.