Em 2019, o júri de um tribunal em Alexandria, no estado da Virgínia, condenou Bijan Kian por ser um agente não registado a trabalhar nos Estados Unidos a mando do Governo turco, mas o juiz interveio e anulou a condenação, alegando que não havia provas que fundamentassem a acusação.

Nesse julgamento, Michael Flynn, que foi assessor do ex-Presidente Donald Trump, não depôs, apesar de ser considerado a principal testemunha no caso e apesar de, num processo jurídico separado, ter feito falsas declarações sobre a sua colaboração com o Governo turco.

Este caso foi desencadeado pela investigação do procurador-especial Robert Mueller que concluiu a existência de interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, onde se referiu que Kian e Flynn agiram a mando das autoridades da Turquia quando empreenderam um projeto para desacreditar o clérigo turco exilado nos EUA Fethullah Gulen, na altura em que eram sócios de uma mesma empresa, a Flynn Intel.

O Governo do Presidente Recep Erdogan pede a extradição de Gulen, por tentativa de golpe político na Turquia.

Em 2016, Flynn escreveu um artigo de opinião comparando Gulen ao ex-líder iraniano ‘ayatollah’ Ruhollah Khomeini.

Os procuradores dizem que a Turquia dirigiu a operação de difamação contra Gulen através de um intermediário, Kamil Alptekin, e apontou uma série de pagamentos irregulares feitos pela empresa Flynn Intel, mas o juiz de primeira instância considerou que essa alegação não servia de prova suficiente para incriminar Bijan Kian.

Agora, o tribunal de recurso em Richmond, na Virgínia, numa decisão unânime, confirmou o pedido de condenação do júri inicial do processo e rejeitou a concessão de novo julgamento a Kian, pelo que, se não houver novo recurso, o sócio de Michael Flynn voltará ao tribunal de Alexandria para ouvir a sua sentença.

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