“É um voo ‘charter’, levamos professores, alguns militares, cidadãos timorenses, portugueses e de outras nacionalidades, entre 150 e 200 passageiros e entre 50 e 70 pessoas no regresso. Os voos ainda não estão fechados. Voamos num Boeing 767-300, vamos fazer Lisboa-Dubai-Díli, e no regresso Díli-Kuala Lumpur-Dubai-Lisboa. Saímos na noite de dia 12 e estaremos de regresso no dia 15″, disse à Lusa Mário Alvim, administrador e piloto-chefe da EAA, que vai levar o avião à capital timorense.
As limitações impostas pela covid-19 às deslocações aéreas em todo o mundo — por exemplo, como sublinha Alvim, o aeroporto de Singapura, a principal placa giratória regional, está fechado — justificam a repetição desta operação, mas não apenas. O tamanho da pista do Aeroporto Internacional Nicolau Lobato, em Díli, “tem 1.500 ou 1.700 metros e não permite que os aparelhos de longo curso da TAP voem para lá”, explica o piloto.
Por isso, a EAA é a única companhia a voar para Díli e vê nessa circunstância uma oportunidade. “Gostaríamos de fazer um voo regular mensal para Díli”, acrescentou o administrador da operadora. “Para isso”, no entanto, a companhia precisaria do suporte de “ambos os governos”, português e timorense.
“A euroAtlantic disponibilizou-se a realizar um voo mensal direto e pediu ajuda aos dois governos. É um voo muito longo, com custos elevados e era bom que os governos se pudessem envolver. Seria um voo mensal, infelizmente não há tráfego para maior frequência, mas depois logo se via”, disse Mário Alvim.
“Há muita gente, militares, polícias, professores, estudantes, médicos, funcionários de ambos os estados que andam de um lado para o outro. Se os governos pagassem, por exemplo, os bilhetes destes passageiros, estariam a ajudar, mas há outras formas de envolvimento”, disse o piloto. O custo deste ‘charter’, com risco assumido totalmente pela EAA, é de quase 2.000 euros.
Há muitas formas de reduzir o preço do voo, há custos que podem ser reduzidos, taxas mais baratas, incentivos, o preço do combustível, disse Alvim. “Tudo é negociável, mas tem de haver vontade política de fazer o voo. Atualmente, estamos a pagar tudo a preços normais”, explicou.
“A operação de cada voo como este custa cerca de meio milhão de dólares, é uma operação com um custo elevado, mas podemos fazê-la, desde que haja vontade política de ambos os lados, e também assumimos algum risco. Precisamos de 200 a 250 passageiros para garantir a sustentabilidade da operação, tudo depende do preço do bilhete, mas há ainda a carga, que é um fator também importante”, acrescentou o administrador da EAA.
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