PCP, BE, Livre, MAS e PCTP-MRPP desvalorizam a questão da atribuição de uma pasta específica a um português, enquanto PS e PSD defendem a importância de ser atribuído ao país um pelouro estratégico.

Elogios ao atual comissário para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, foram sublinhados por Paulo Sande, do Aliança, Marinho e Pinto, do PDR, e pelo social-democrata Paulo Rangel.

À pergunta sobre “qual é a pasta que Portugal devia lutar por ter na próxima Comissão”, Paulo Sande elegeu os Assuntos Económicos, a mesma pasta que o cabeça de lista da coligação Basta, André Ventura, enquanto Nuno Melo, do CDS-PP, apontou para a Agricultura, Francisco Guerreiro, do PAN, para a Ação Climática e Energia, Ricardo Arroja, do Iniciativa Liberal, a Concorrência, e Paulo Morais, do Nós Cidadãos, elegeu uma pasta relacionada com Direitos Humanos, Transparência e Justiça.

Para Paulo Rangel, do PSD, a pergunta não pode ter uma resposta em abstrato, mas sim fundar-se em critérios: “Que seja uma pasta estratégica para Portugal, que tenha relevância legislativa ou orçamental na União e com um protagonista adequado. Não pode ser é um simples arranjo à medida de uma figura necessitada de uma prateleira dourada”.

Considerando que a manutenção de Carlos Moedas “seria sempre uma excelente solução”, Rangel adianta que, tendo sempre em consideração uma “conjugação de critérios”, “uma pasta económica ou mesmo a do Orçamento seriam importantes, a Agricultura ou o Desenvolvimento Regional seriam também atrativas, especialmente tendo em conta que se perfilam sérios cortes para Portugal”.

Nuno Melo, do CDS-PP, considera que “há várias pastas de relevante interesse, uma das quais a da Agricultura, que representa quase metade do orçamento da União Europeia, sendo que Portugal é neste sector fortemente prejudicado, ou a pasta relacionada com os fundos comunitários, sem prejuízo de outras”.

O Iniciativa Liberal, de Ricardo Arroja, entende que “a pasta mais importante será a da Concorrência, dadas as pressões políticas existentes atualmente em torno do tema e o papel fundamental que terá no futuro da Europa”, mas duvida que, caso fosse atribuída a Portugal, “o governo socialista nomeasse alguém com a visão certa”.

Paulo Morais, que lidera a lista do Nós, Cidadãos, gostaria que Portugal “ocupasse uma pasta relacionada com os Direitos Humanos, com a Transparência e com a Justiça”, argumentando que seria um “contributo exógeno para que Portugal se aproximasse dos padrões mínimos de escrutínio púbico, de transparência, de funcionamento atempado e adequado da Justiça”.

Francisco Guerreiro, do PAN, que pede a criação de um cargo de vice-presidente da Comissão Europeia para a Ação Climática e Recursos Naturais, gostaria que Portugal tivesse a pasta da Ação Climática e Energia, “advogando e promovendo uma aposta clara na descarbonização e na transição para energias 100% limpas e renováveis, rejeitando a expansão da indústria petrolífera”.

Para a coligação Basta, de André Ventura, “Portugal deveria lutar para ficar responsável pela área dos Assuntos Económicos e Financeiros, Fiscalidade e União Aduaneira”, como forma de lutar por “menos impostos e mais liberdade económica” para os europeus.

Paulo Sande, do Aliança, elegeu os Assuntos Económicos, mas, caso não seja possível, e não sendo possível a presidência e a Política Externa, e não devendo estar de novo disponível a da Ciência e Investigação, “tão bem desempenhada por Carlos Moedas”, frisa, aponta as pastas do Mercado Único Digital ou o Comércio.

Pedro Marques, o cabeça de lista do PS, prefere salientar que “o peso político de que Portugal dispõe atualmente na Europa, com o Governo de António Costa, muito ajudará, juntamente com um bom resultado eleitoral, a que Portugal obtenha uma pasta importante na próxima Comissão Europeia”.

Segundo Marinho e Pinto, que lidera a lista do PDR, "qualquer pasta será boa para Portugal se o seu titular for um português europeísta e ao mesmo tempo competente”, defendendo alguém que se “aproximasse, no seu perfil e na sua ação concreta, do comissário Carlos Moedas”.

A CDU respondeu que “a vida demonstrou” que não é pelo facto de haver “portugueses nesta ou naquela responsabilidade na Comissão Europeia que os interesses do país ficam salvaguardados, pois depende das políticas e interesses que estes defendam”.

Pelo BE, Marisa Matias disse não acreditar que esta seja “uma questão de pasta mas sim de relação de forças, seja qual for a pasta”.

O MAS, que concorre com uma lista liderada por Vasco Santos, considera a matéria secundária, argumentando que “a verdadeira ‘pasta’ que Portugal devia ter era a do combate à União Europeia das elites”, pugnando por “uma Europa sem muros nem austeridade”.

Rui Tavares defende que, “mais do saber qual a pasta atribuída a Portugal ou qual a nacionalidade do comissário de determinada pasta, o que é relevante para o LIVRE é que sejam homens e mulheres progressistas e com uma visão para uma Europa mais democrática e que proteja o bem comum”.

Para o PCTP-MRPP, que defende a saída da União Europeia, “por não ter que lá estar, Portugal não tem que lutar por ter qualquer lugar em nenhum órgão da União Europeia”.

A Lusa enviou um questionário a todas as 17 candidaturas às eleições de 26 de maio ao Parlamento Europeu. PNR e PTP não responderam, tendo o PURP declarado que não respondia como protesto pelo tratamento que alega estar a receber da comunicação social.

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