Numa mensagem escrita enviada à Lusa, António Costa justificou o vídeo enviado a partidos que não integram a família socialista europeia como uma retribuição às mensagens que aqueles dois líderes fizeram chegar à Convenção do PS de fevereiro passado.
"Macron e Tsipras enviaram mensagens para a nossa Convenção e eu enviei mensagens a ambos", disse o líder do executivo, recordando que "nenhuma das mensagens contém apelos ao voto"
Costa sublinhou que "todas [as mensagens] se centram numa visão sobre o futuro da Europa" e que "não basta o reforço da família socialista, que felizmente se tem verificado, em Espanha, Suécia , Finlândia..."
"A Europa precisa de uma grande frente progressista e estou empenhado em ajudar a construir as pontes necessárias", afirmou ainda o primeiro-ministro português.
A intervenção de Costa no ‘meeting’ do partido de Emmanuel Macron foi criticada pela cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias durante um frente-a-frente da RTP Informação com o cabeça-de-lista do PS, Pedro Marques, com Marisa Matias a acusar os socialistas de estarem na "geringonça" em Portugal, mas entenderem-se com a direita na Europa.
Também o ex-candidato à liderança do PS Daniel Adrião emitiu uma nota para classificar "o apoio" Costa ao Presidente francês como "um ato de rendição ideológica e programática às forças liberais europeias".
No referido vídeo, António Costa manifestou o seu apoio ao Presidente francês, Emmanuel Macron, para “continuar a fazer avançar a Europa”, elogiando a sua “determinação” na “mudança progressista” necessária ao “renascimento europeu”.
“Caro Emmanuel, contamos com a tua determinação para essa mudança progressista e tu podes contar comigo e com a minha amizade para continuar a fazer avançar a Europa, a paz, a liberdade e o progresso económico e social”, afirma Costa numa mensagem em vídeo a que a Lusa teve acesso e que foi transmitida durante os trabalhos de um ‘meeting européen’ (encontro europeu) do La Republique em Marche (A República em Marcha), o partido do Presidente francês.
Começando por recordar que desde “há dois anos” tem o “privilégio de trabalhar de muito perto com Emmanuel Macron e de testemunhar a sua determinação reformista para um renascimento europeu”, o primeiro-ministro português diz partilhar com o chefe de Estado francês a convicção de que “nunca a Europa esteve tão em perigo” como hoje.
“É por isso que devemos proteger a Europa, para que ela possa continuar a proteger-nos a todos. A proteger os nossos valores contra as forças populistas, protecionistas e xenófobas; a proteger a segurança dos nossos cidadãos contra a ameaça terrorista; a proteger o ambiente e a assegurar uma transição energética sustentável; a proteger o nosso bem-estar e o nosso modelo social face a uma concorrência internacional crescente e aos desafios da sociedade digital; a proteger a nossa coesão, assegurando uma maior convergência entre as economias da zona Euro”, sustenta Costa.
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