Depois de terem aprovado na sexta-feira à noite o regimento do congresso num formato exclusivamente ‘online’, os membros e apoiantes do Livre reúnem-se hoje no pavilhão municipal da Costa de Caparica, no concelho de Almada, distrito de Setúbal.
Segundo fonte oficial do partido, estão inscritos cerca de 200 congressistas, que participarão no local ou à distância.
Neste congresso, o Livre vai aprovar o programa para as eleições europeias de 09 de junho e eleger os novos órgãos nacionais para o mandato 2024-2026.
De acordo com o programa, a reunião magna arranca com intervenções de representantes dos órgãos nacionais cessantes, seguindo-se a apresentação das três listas candidatas ao Grupo de Contacto (direção) e das duas ao Conselho de Jurisdição.
À tarde, será apresentado o programa provisório do partido para as eleições europeias, uma vez que os membros e apoiantes do Livre podem apresentar emendas a este documento, que ficará fechado no domingo.
Para o final do dia está previsto o debate das 25 moções de caráter específico, com temas que vão desde a melhoria do processo das primárias abertas, mais políticas públicas de habitação ou um referendo nacional sobre a regionalização em 2026.
O deputado e fundador do Livre Rui Tavares deverá intervir perante os congressistas cerca das 21:00, de acordo com fonte oficial do partido.
Este congresso ocorre depois de o Livre ter alcançado o seu melhor resultado eleitoral de sempre nas legislativas de março – conquistando pela primeira vez um grupo parlamentar, composto por Rui Tavares, Isabel Mendes Lopes, Jorge Pinto e Paulo Muacho –, crescimento que o partido quer consolidar, dez anos após a sua fundação.
A lista de candidatos às eleições europeias será encabeçada pelo dirigente Francisco Paupério, após um processo de primárias abertas marcado por polémica e discórdias internas.
Paupério venceu as primárias com uma quantidade significativa de votos únicos de não militantes do partido, o que levou a Comissão Eleitoral a levantar dúvidas sobre uma eventual “viciação de resultados” na primeira volta e a propor que apenas militantes votassem na segunda volta — algo que acabou por não acontecer.
O aperfeiçoamento das primárias será certamente um dos temas que marcará a reunião magna, sendo uma preocupação manifestada pelas três listas candidatas ao Grupo de Contacto (direção), órgão executivo do Livre. Alterações concretas, contudo, terão de ser feitas num eventual congresso estatutário.
Existem três listas candidatas à direção: a lista ‘A’, encabeçada pela líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, os deputados Rui Tavares e Jorge Pinto e a ‘número dois’ às eleições europeias, Filipa Pinto; a lista ‘B’, encabeçada pela dirigente Natércia Lopes, seguindo-se Rodrigo Brito e Patrícia Robalo; e a lista ‘C’, encabeçada por João Manso e em segundo lugar Irene Gomes, entre outros.
O Grupo de Contacto é composto por 15 membros, eleitos de acordo com o método de Hondt, sendo por isso certo que contará com membros de várias correntes internas.
Será também eleita a nova Assembleia do Livre, órgão máximo entre congressos, que conta com 95 candidaturas individuais para ocupar 50 lugares.
Quanto ao Conselho de Jurisdição, composto por 11 lugares, concorrem duas listas: a lista ‘A’, encabeçada pelo deputado Paulo Muacho e a ‘B’, pelo membro Rui Matias.
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