"Esses mesmos [PS, PSD e CDS-PP] que se apresentam hoje e nestas eleições, assumindo-se como salvadores da Europa da extrema-direita xenófoba, com quem alguns até são 'tu cá-tu lá' no tratamento, como aqueles que dizem querer combater e apresentam como uma ameaça, por exemplo, o PSD de [Paulo] Rangel com os seus amigos no poder na Hungria e na Polónia, que em tempo de eleições renegam, ou os amigos de Cristas e tão elogiados por [Nuno] Melo, os protofascistas do Vox de Espanha, admiradores de Franco", apontou Jerónimo de Sousa.
O líder do PCP discursava num comício da campanha eleitoral da CDU na Sociedade Euterpe Alhandrense, Vila Franca de Xira, e não deixou o PS de fora do radar: "outros vão fechando os olhos em conivência com a política que alimentou e alimenta esses regimes autoritários".
"O que pretendem com esta 'operação salvar a Europa ameaçada', na competição entre si pelo posto de guardião da fortaleza e com isso mostrar que se é mais europeísta, confundindo propositadamente a Europa com a União Europeia do capital e monopólios, é colocar os portugueses e outros povos perante um falso dilema, a armadilha de uma falsa opção", continuou.
O "dilema" ou "armadilha" é: "ou eles [PS, PSD e CDS-PP], com a sua União Europeia neoliberal, federalista e militarista ou a inevitabilidade da extrema-direita".
Porém, para o líder comunista, "o dilema não está entre os que se dizem europeístas e que querem salvar a Europa contra os nacionalistas reacionários e a extrema-direita", pois "os defensores da política neoliberal da União Europeia não são opositores da extrema-direita xenófoba, são precisamente o inverso, alimentam-na".
"Tem sido a política neoliberal levada a cabo pela União Europeia e da qual os pretensos salvadores da Europa e seus governos não se demarcam que conduziu durante vários anos a apoiarem nacionalistas reacionários e xenófobos na Itália, na Polónia ou Hungria, que lhes servem de pretexto para dar credibilidade ao seu falso dilema", disse.
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