À saída de um colóquio sobre a obra de Sophia de Mello Breyner, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a abstenção "é a única coisa" sobre a qual se irá pronunciar durante o período de campanha para as eleições de 26 de maio para o Parlamento Europeu.
Em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado voltou a dirigir-se em particular aos emigrantes portugueses que passaram a estar recenseados automaticamente, considerando que "seria triste que, desse milhão e 400 mil, que agora têm um direito que não tinham, votassem cinco mil, seis mil, sete mil, oito mil, nove mil".
Interrogado sobre o espaço que os temas europeus estão a ter nesta campanha, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Não posso pronunciar-me sobre nada da campanha eleitoral. Isso não faz parte das funções do Presidente da República".
Preocupado em não se "envolver na campanha eleitoral", recusou também comentar as mais recentes recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Governo português.
O Presidente da República apenas aceitou falar sobre a abstenção: "É a única coisa sobre a qual me posso pronunciar. Mantenho essa preocupação, de que os portugueses que cá vivem acabem por não perceber a importância do voto nas europeias".
"E o voto nas europeias em muitos aspetos é tão ou mais importante do que o voto de outubro, porque há muitas decisões sobre Portugal, importantes para Portugal, importantes para os portugueses, tomadas ao nível europeu", defendeu.
Depois, repetiu um "apelo especial" aos portugueses que residem no estrangeiro para que não se abstenham. No seu entender, isso "seria como que dizer que nestas eleições Portugal não lhes importava muito".
"A nós importa-nos muito o voto que eles têm, que é um direito seu e que devem utilizar", reforçou o chefe de Estado.
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