"Há um tema que não tem sido falado", disse a candidata, alertando que "a União Europeia está mesmo a preparar um assalto às pensões", através de um PPR europeu, "um negócio à medida do mercado de capitais", para aliviar "a pressão sobre os fundos públicos" e "recuperar o sistema financeiro".
Marisa Matias disse que o BE e os pensionistas não querem os descontos "nas mãos do sistema financeiro" e que a União Europeia "quer é atacar" os sistemas públicos da Segurança Social e das pensões.
"O objetivo de Bruxelas é recuperar o sistema financeiro à custa das pensões e por isso inventa uma desculpa da falta de poupanças", salientando que Bruxelas quer reduzir a Segurança Social "a um sistema de esmolas para pobres, empurrando quem pode para produtos privados e quem não pode para a miséria".
Por isso, Marisa Matias lançou uma pergunta aos cerca de 400 participantes no almoço/comício que decorreu na praça do peixe do Mercado dos Lavradores no Funchal: "Querem mesmo ver as vossas pensões nas mãos de banqueiros como Joe Berardo, Ricardo Salgado ou Armando Vara?"
A cabeça de lista do BE, depois de salientar que o bloco central europeu onde estão o PS, PSD e o CDS/PP estão do lado do sistema financeiro, apelou aos militantes para não faltarem ao voto no dia 26 de maio "para defender as pensões que merecem".
O candidato pela Madeira do BE Rui Ferrão defendeu a necessidade da Madeira, enquanto região ultraperiférica, ter um representante no Parlamento Europeu.
Também a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, alertou que a União Europeia pretende fazer cortes nas pensões para apoiar o sistema financeiro, tratando o PSD os pensionistas como “a peste grisalha” do país.
“Fizemos um acordo para tirar a direita do Governo da República. A condição que o BE pôs à cabeça foi o descongelamento das pensões e a proteção da Segurança Social. Não o fizemos por acaso”, argumentou a dirigente bloquista.
Catarina Martins complementou que a decisão esteve relacionada com o facto de “PSD e CDS terem prometido à União Europeia que iam fazer um ajustamento que, como Maria Luis Albuquerque [ministra das Finanças do anterior Governo do PSD] disse, significava um corte de 600 milhões de euros às pensões todos os anos”.
A responsável explicou que, entre 2017 e 2019, “os pensionistas iam ter cortes”, uma situação que “era preciso travar”.
“Mas o PS também prometia, não os cortes diretos, mas indiretos de congelamento com 250 milhões de euros a serem tirados aos pensionistas a cada ano”, acrescentou.
A coordenadora realçou que foi esta política que levou o BE a colocar “como condição inicial o descongelamento das pensões, porque quem trabalha toda uma vida, paga as suas contribuições” e acaba pagando a “riqueza do país não pode ser tratado como a peste grisalha, como fez o PSD”.
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