“Esta senhora esmaga-me”, confessou o eurodeputado, que não conseguia interromper a torrente de palavras da senhora, de “quase 80 anos”, que não quis dizer o nome, mas estendeu um rol de críticas ao Governo socialista, a começar pela reforma de 298,68 euros que recebe.

“Um país de ladrões”, dizia a senhora, que criticava “os milhões” do Estado para os bancos, e depois serem os outros, os contribuintes, a “pagar para isto tudo”.

E ainda Melo estava a começar a dizer que o cabeça de lista do PS, Pedro Marques, enquanto ministro, congelou as pensões mínimas sociais e rurais, já a senhora dizia” “é o maior mentiroso que Deus deitou à terra”.

Rodeada de câmaras, a mulher dizia: “Se me lá deixassem ir ao parlamento, eu dizia isto tudo.”

Ao que o candidato respondeu: “A senhora devia ser política.”

E lá continuou a expor o seu caso, perguntando se se admite um pensionista com menos de 300 euros por mês ter de pagar “4,5 euros por uma consulta médica”.

Nem António Costa, líder do PS e primeiro-ministro, escapou às críticas da senhora, quando disse que “ele não foi eleito pelo povo”, só que depois conseguiu apoios para formar Governo.

“Isso é o que eu ando a dizer”, respondeu Melo em diálogo com a senhora, junto a uma banca de legumes.

No final, o eurodeputado disse ter compreendido as queixas como a da mulher.

“Temos que estar disponíveis, e estamos, para ouvir estas casos de vida de pessoa que muitas vezes estão zangadas com a classe, mas que depois conseguem perceber que há uma diferença entre quem lá está e quem, como nós, faz oposição”, disse.

Nuno Melo disse “tentar fazer passar esta mensagem e merecer a confiança das pessoas”.

A culpa pelo estado do país que levou a tantas críticas das pessoas na feira de Viseu atribuiu-a aos governos de José Sócrates e ao PS que levou ao “arruinar” das contas públicas.

“Quem se seguiu”, o Governo PSD/CDS, “não tinha alternativa que não fosse aplicar esse plano” negociado pelos socialistas, pelo atual candidato na lista dos socialistas e ex-ministro Pedro Silva Pereira.

O dia de campanha do CDS-PP está hoje na região centro, em Viseu, Tábua e Armamar, descendo, à noite, para Cascais, Lisboa, onde se realiza um jantar-comício com a presidente, Assunção Cristas, o ex-líder Paulo Portas e o candidato Nuno Melo.