“Eu subscrevo todos os apelos que todos façam no sentido de elevar o nível das campanhas eleitorais”, começou por responder Rui Rio, após questionado sobre as acusações do secretário-geral do PS, António Costa, que se insurgiu na terça-feira contra “quem faz política de helicóptero”, referindo-se ao primeiro candidato do PSD às eleições europeias, Paulo Rangel.
Em declarações aos jornalistas, Rui Rio rejeitou que a iniciativa de Paulo Rangel, que sobrevoou de helicóptero as áreas afetadas pelos incêndios na região centro do país em 2017, estivesse a “tirar partido da morte das pessoas”.
“Não tem nada a ver com a morte de pessoas, tem a ver com ver o estado em que se encontram as terras que arderam”, disse Rui Rio, que falava aos jornalistas no final de uma iniciativa da campanha eleitoral do PSD, em Lisboa.
Hoje, o cabeça de lista europeu do PS, Pedro Marques, considerou hoje que a campanha do PSD tem revelado "falta de elevação" e sugeriu a este partido que mude de estratégia, dizendo que pela sua parte está "calmíssimo".
Na mesma linha de Paulo Rangel, que num almoço hoje em Oeiras considerou que o primeiro-ministro e cabeça de lista do PS, Pedro Marques, procuram “desviar as atenções” dos meios que faltam para combater os incêndios, Rui Rio disse à tarde que António Costa “devia era estar preocupado com os helicópteros que não estão disponíveis para ir apagar os incêndios”.
“Esse é que é um problema que tem de resolver, que é para todas as aeronaves necessárias, helicópteros incluídos, estejam a funcionar a partir de 15 de maio”, disse, considerando que “as coisas já deviam estar prontas e o governo atrasou-se”.
O dispositivo de combate a incêndios deste ano prevê 38 meios aéreos disponíveis a partir de hoje, mas só 21 vão estar operacionais, estimando o Governo que a partir de junho estejam aptas a voar todas as aeronaves.
Questionado sobre se considera que a campanha está a ser esclarecedora para os eleitores, Rui Rio atribuiu a António Costa a responsabilidade por os temas nacionais terem entrado no debate na campanha para o Parlamento Europeu, cujas eleições se realizam a 26 de maio.
“Neste caso concreto foi o próprio primeiro-ministro que o introduziu ao dizer que 'façam o favor de através do voto para o Parlamento Europeu também avaliarem o Governo'”, disse.
Por outro lado, Rui Rio acentuou que “é evidente que nunca aconteceu” falar-se apenas de temas europeus numa campanha eleitoral europeia, acrescentando que se fala também “de política interna”.
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