“É imperativo que os nossos futuros eurodeputados assumam perante os eleitores a responsabilidade pessoal pela transparência e pela integridade. Com os valores democráticos sob ataque em muitas partes da Europa, o Parlamento Europeu deve ser um modelo de política aberta conduzida com os mais altos padrões de integridade”, defende Susana Coroado, vice-presidente da TI-PT, citada em comunicado.

O “desafio”, explica a organização, faz parte de uma campanha europeia liderada pela rede global de Organizações Não Governamentais (ONG) anticorrupção Transparency International e visa “desafiar os candidatos às eleições para o Parlamento Europeu a subscrever uma série de compromissos, demonstrando assim o seu apoio a uma União Europeia mais íntegra e transparente”.

Segundo a TI-PT, o desafio foi já subscrito por “14 dos principais candidatos às eleições europeias de todas as famílias políticas”, entre os quais Manfred Weber (Partido Popular Europeu), Frans Timmermans (Partido Socialista Europeu), Margrethe Vestager (Partido da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa), Ska Keller (Partido Verde Europeu), Violeta Tomič (Partido da Esquerda Europeia), Oriol Junqueras (Aliança Livre Europeia) e Yanis Varoufakis (DiEM25 / Primavera Europeia).

“Assim, a TI-PT irá contactar todas as candidaturas portuguesas às europeias nesse sentido, pedindo a cada um dos candidatos para que se comprometa a: publicar detalhes sobre o uso dos subsídios atribuídos aos deputados, aceitar apenas reuniões com lobistas registados e publicar 'online' o conteúdo das reuniões com estes últimos”, indicam.

A Transparência e Integridade pede ainda aos candidatos que se comprometam a “fazer um ‘período de quarentena’ depois de deixar o Parlamento Europeu, isto é, não fazer ‘lobbying’ para uma organização que esteja no Registo de Transparência da UE [União Europeia] enquanto estiver a receber o subsídio transitório”.

Por fim, que apoiem “a criação de um órgão independente de supervisão ética que monitorize os conflitos de interesse”.

Esta campanha, refere a TI-PT, “estabelece quatro prioridades políticas na luta anticorrupção que, para a Transparency International, devem também ser subscritas tanto por potenciais eurodeputados, como pelos candidatos à presidência da Comissão Europeia: fazer cumprir o Estado de Direito, impedir que indivíduos corruptos e o seu dinheiro ilícito entrem na UE, apoiar a criação de um organismo de ética independente da UE e apoiar a transparência legislativa”.

Fundada em 2010, a Transparência e Integridade é o capítulo português da Transparency International. A associação trabalha pela promoção de políticas públicas de acesso à informação, reforço da Transparência do Estado, das empresas e das organizações do terceiro setor e por medidas eficazes de prevenção e combate à corrupção e abuso de poder.