Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado - que é um dos apoiantes da iniciativa encabeçada pelo ex-líder da JSD Pedro Rodrigues - desvalorizou que o primeiro vice-presidente da bancada, Adão Silva, já tenha dito que não será agendada qualquer resolução que não tenha o acordo da direção do partido.

“Ouvi hoje umas notícias sobre essa matéria que achei muito estranhas porque ainda não foi discutida no grupo parlamentar, que é um órgão nacional do partido. Se o grupo parlamentar decidir que sim, a direção do grupo tem de seguir o que decidir a maioria”, defendeu, dizendo que o tema até já devia ter sido debatido dentro da bancada.

Pedro Pinto recordou que, há dois anos, quando existia uma maioria contrária à despenalização da eutanásia, se absteve - apesar de ter uma posição “tendencialmente favorável” - precisamente porque já então entendia que devia haver um referendo.

“Como sabem, há neste momento um conjunto de deputados que querem que haja um referendo sobre eutanásia e eu apoiarei essa posição”, disse, não querendo ainda antecipar como votará na quinta-feira os cinco projetos-lei.

Questionado sobre a posição do presidente do partido, Rui Rio, que já disse não ver necessidade de um referendo, Pedro Pinto respondeu: “O presidente do partido não vê, mas eu vejo, estamos aqui nesta casa com a mesma legitimidade, eleitos com os votos do povo”.

“Independentemente de haver uma posição da direção do partido - gostava de saber em que reunião foi tomada -, o grupo parlamentar deve ter uma posição. Não podemos andar a defender alterações do sistema político, a moralidade na política e que os deputados devem representar quem os elege e, em contrapartida, dizer que sim a tudo o q venha sabe Deus de onde”, afirmou.

O ex-líder da JSD Pedro Rodrigues disse na quarta-feira à noite à Lusa que um conjunto de deputados do PSD vai avançar com uma iniciativa de referendo sobre a despenalização da eutanásia, sendo ele o primeiro subscritor.

Entretanto quatro deputados do PSD - Alberto Machado, Sandra Pereira, Cristóvão Norte e Carlos Silva - demarcaram-se desta iniciativa, dizendo que o seu nome foi “abusivamente utilizado” como subscritores e que “não subscreveram nem tencionam subscrever qualquer proposta de referendo, a menos que a mesma mereça concordância da Direção do Grupo Parlamentar”.

Entre os nomes referidos por Pedro Rodrigues como apoiantes da iniciativa, apenas Pedro Pinto e os líderes das distritais de Coimbra e Viseu, Paulo Leitão e Pedro Alves, não o retiraram até agora.