Adão Silva disse à Lusa que votará a favor pelo menos do projeto do PS, estando ainda indeciso em relação aos restantes.

A indecisão, a poucos dias da votação de terça-feira, é, aliás, uma posição comum a alguns deputados do PSD contactados pela Lusa. Nos corredores sociais-democratas, admite-se que os votos favoráveis possam chegar aos dez (alguns falam em 15 como máximo), o que poderá ser suficiente para que os diplomas sejam aprovados, caso haja muito poucos votos contra no PS e se registe a presença de todos os 230 deputados.

Na bancada do PSD, confirmaram à Lusa que votarão a favor, além de Adão Silva, a líder da JSD Margarida Balseiro Lopes, a ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz, os antigos vice-presidentes do PSD Teresa Leal Coelho e Pedro Pinto e os deputados Cristóvão Norte e Duarte Marques.

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, é contra a despenalização da eutanásia, tal como o secretário-geral José Silvano.

Já o presidente do partido, Rui Rio, é a favor mas, por não ser deputado, não votará na próxima terça-feira os projetos de PS, BE, PEV e PAN.

Entre os restantes vice-presidentes da bancada, apenas Emídio Guerreiro não quis revelar à Lusa como votará os vários diplomas – que serão sujeitos a votação nominal, por pedido do CDS-PP – com Carlos Peixoto, António Leitão Amaro, António Costa Silva, Margarida Mano e Rubina Berardo a optarem pelo voto contra.

São também contra os secretários da direção da bancada Bruno Coimbra, Clara Marques Mendes e Manuela Tender.

O deputado Bruno Vitorino irá optar pela abstenção.

Contra a legalização da eutanásia estão antigos dirigentes da bancada e do partido como Maria Luís Albuquerque, Marques Guedes, Marco António Costa, Teresa Morais, Miguel Morgado, Hugo Soares, Sérgio Azevedo ou Carlos Abreu Amorim.

Hoje, na reunião da bancada do PSD a eutanásia foi o tema central, com a maioria das intervenções a defenderem o voto contra.

Mais do que isso, deputados como Marco António Costa e Luís Campos Ferreira colocaram a questão no plano político e defenderam o referendo.

O antigo vice-presidente do PSD Marco António Costa considerou que, mais do que uma questão de consciência, este é um assunto político e que a Assembleia da República não teria mandato para o aprovar, já que não consta da maioria dos programas eleitorais.

O PCP anunciou hoje que vai votar contra os projetos de lei para a despenalização da eutanásia, a cinco dias do debate parlamentar para despenalizar e regular a morte medicamente assistida em Portugal.

Todos os diplomas preveem que só podem pedir, através de um médico, a morte medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável, sendo necessário confirmar várias vezes essa vontade.

Com esta posição da bancada do PCP, o resultado da votação, na próxima terça-feira, dos quatro projetos do PAN, BE, PS e PEV, fica mais imprevisível.

Aritmeticamente, o destino das leis ficará dependente dos votos a favor dentro da bancada do PSD e dos votos desalinhados dos ‘sim’ na bancada do PS, partidos que darão liberdade de voto.

Outro fator a ter em conta no resultado será, igualmente, o número de deputados que faltem à reunião de terça-feira.