“Está um processo a decorrer e eu entendo que todas as partes estão focadas em que exista um ‘player’ internacional”, indicou.
“Desde o momento em que saí da Groundforce que mantive e mostrei interesse, porque acredito na empresa, nos trabalhadores e acredito que as coisas têm que ter uma solução que passe por não usar os trabalhadores como plataforma de pressão”, referiu, acrescentando que participou numa “proposta robusta” à compra das ações, sem revelar quem são os parceiros.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse hoje que o Estado e a TAP irão assegurar uma solução para a Groundforce, mesmo que falhe o processo de venda das ações da empresa, a cargo do Montepio.
Em audição regimental na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, o governante confirmou que "há um processo de venda em curso, liderado pelo Montepio, que teve ontem [segunda-feira] uma decisão muito importante do tribunal que lhe reconhece o direito de vender as ações da Pasogal [50,1%] na Groundforce".
"Estamos a acompanhar e temos a expectativa de que o processo de venda por quem tem o direito de vender seja concluído com sucesso e isso significaria a entrada de um sócio com capacidade financeira para podermos iniciar uma vida de estabilidade", referiu.
No entanto, realçou o ministro, "se o Montepio não conseguir proceder à venda, o Estado ou a TAP encontrarão uma solução".
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.
O jornal Eco avançou na segunda-feira à noite que o Montepio tomou controlo da Groundforce, depois de o tribunal ter considerado "improcedente" uma providência interposta por Alfredo Casimiro, da Pasogal, para impedir este controlo.
Para Paulo Neto Leite, a existência desta solução do Governo é algo “excelente”. “A TAP precisa da Groundforce, o turismo precisa da Groundforce e o PIB precisa da Groundforce”, salientou.
“Não podemos estar reféns da opinião e dos desejos de uma pessoa que nuns dias quer uma coisa e noutros quer outra”, referiu, indicando que as declarações de Pedro Nuno Santos mostram que “há varias opções”.
Quanto às dívidas que a empresa tem para com a ANA, que já motivaram a gestora a avisar que poderá avançar com a revogação de licenças, Paulo Neto Leite disse que “uma empresa não pode sobreviver apenas pagando salários, os fornecedores também têm eles próprio salários para pagar, tem de haver um enquadramento para que a empresa tenha viabilidade”.
Em 10 de maio, a assembleia-geral de acionistas da Groundforce deliberou a "destituição por justa causa e com efeitos imediatos" de Paulo Leite, ex-presidente executivo do grupo por atos de gestão "que lesaram a empresa", de acordo com um comunicado.
Na nota, a Pasogal, de Alfredo Casimiro, principal acionista da empresa de 'handling' - e que assumiu desde então a presidência executiva da empresa -, referiu que foi decidida, "por unanimidade, a destituição por justa causa e com efeitos imediatos do Eng. Paulo Leite, que foi até há pouco o CEO da empresa".
"Esta deliberação fundamenta-se na prática de sucessivos atos de gestão que lesaram a empresa, bem como de notícias alimentadas pelo próprio e nunca desmentidas, que contribuíram para a deterioração do ambiente interno e da relação entre os seus acionistas", referiu.
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