Segundo o New York Times, Manafort apresentou-se no Tribunal Distrital dos Estados Unidos em Washington, onde concordou colaborar com o procurador especial Robert Mueller, encarregado da investigação sobre se houve ingerência da Rússia nas presidenciais de 2016, declarando-se culpado em troca de uma pena mais leve.

De acordo com os documentos apresentados neste tribunal, os procuradores da equipa de Mueller acusaram-no de conspiração e obstrução de justiça. O jornal nova-iorquino avança que Andrew Weissmann, o principal procurador a trabalhar no caso de Manafort, informou à juíza Amy Berman Jackon que o ex-diretor de campanha de Trump fez um acordo de colaboração. Este não só resultou numa suavização da pena como fez cair mais cinco acusações de lavagem de dinheiro e violações da lei dos lobbys.

Ainda não se sabe em que moldes será feita essa cooperação, mas, como parte do acordo, o governo dos EUA proceder ao arresto de quatro das casas de Manafort, assim como do dinheiro em várias das suas contas bancárias.

Fica também por apurar que informação Manafort poderá providenciar à equipa de Mueller ou como é que o acordo poderá afetar a investigação de um possível conluio entre a campanha de Trump e a Rússia, assim como a possível interferência nas eleições presidenciais de 2016.

No entanto, a Casa Branca já reagiu através da sua secretária de imprensa, Sarah Sanders, que enfatizou que este desenvolvimento "não tem absolutamente nada a ver com o presidente ou sua  campanha presidencial vitoriosa de 2016. Não tem a menor relação".

O advogado de profissão, tornado lobista e consultor político, foi considerado culpado de fraude bancária e fiscal em agosto, na Virgínia, aguardando o anúncio da pena que lhe vai ser aplicada. Este segundo julgamento é relativo a serviços de consultoria que prestou na Ucrânia.

Manafort trabalhou entre 2006 e 2017 para governos estrangeiros, incluindo o executivo pró-russo do ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovich (2010-2014) e para oligarcas russos, sem informar as autoridades dos Estados Unidos.