O ex-ministro da Economia da Espanha foi condenado a quatro anos, nove meses e um dia de prisão por “três crimes contra as autoridades fiscais, um crime de lavagem de dinheiro e um crime de corrupção entre particulares”, informou, num comunicado, o Tribunal Superior de Justiça de Madrid.

Rodrigo Rato, ex-membro de peso do Partido Popular (PP,  conservador), também foi multado em mais de 2 milhões de euros e condenado a pagar mais 568.413 euros às Finanças.

O vice-presidente no governo de José María Aznar, anunciou que irá recorrer da sentença, em declarações ao jornal ABC.

“Irei defender os meus direitos nos recursos correspondentes contra uma decisão que me parece injusta e sem base legal”, disse.

Rodrigo Rato já havia sido condenado em 2018 a quatro anos e meio de prisão por apropriação indevida numa das ramificações do espinhoso caso Bankia, a entidade espanhola que chefiou entre 2010 e 2012, por ter pago gastos pessoais com recurso aos fundos do banco.

No entanto, foi absolvido em 2020 no julgamento pelo suposto lançamento fraudulento na bolsa do Bankia, seguido, um ano depois, do espetacular resgate do banco com uma injeção de 22 mil milhões de euros de fundos públicos.

Aos 75 anos foi processado com outras 15 pessoas, acusadas de o ajudar a montar um esquema fraudulento para o seu enriquecimento pessoal e de ocultar das autoridades fiscais espanholas um total de 8,5 milhões de euros entre 2005 e 2015.

Segundo o Ministério Público de Espanha, usou várias empresas de investimento sediadas na Irlanda, no Panamá e no Reino Unido, agiu através de várias contas bancárias abertas nas Bahamas, na Suíça, no Luxemburgo, no Reino Unido e no Mónaco, entre outros.

O julgamento ocorreu no final de dezembro de 2023. A acusação, que em Espanha faz as suas alegações finais antes do julgamento, havia pedido um total de 70 anos de prisão, 53 deles apenas por crimes fiscais.