“É uma missão extraordinariamente importante para Cabo Verde”, sublinhou hoje José Maria Neves, à saída de uma audiência com o Presidente da República cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, a quem foi informar sobre a missão em Angola.
“Por isso, achei que o senhor Presidente da República devia, em primeira mão, conhecer os meandros desta missão e ouvir também os conselhos dele relativamente a esta missão que vou realizar em nome da União Africana”, sustentou o ex-chefe de Governo à imprensa.
José Maria Neves manterá contactos com as autoridades angolanas, as candidaturas, as missões diplomáticas acreditadas em Luanda e as delegações de observadores de outras instituições internacionais.
Instado a comentar as declarações do presidente da UNITA, Isaías Samakuva, que considerou que as eleições vão decorrer sem “observadores credíveis”, José Maria Neves notou que estarão presentes dezenas de observadores de várias instituições internacionais.
“Temos que encarar este processo de observação com muita serenidade e responsabilidade e todos devem trabalhar para garantir que haja eleições livres e transparentes em Angola”, salientou.
Dizendo que a missão vai garantir a todos os partidos políticos e candidaturas que as “coisas funcionem”, José Maria Neves lembrou que os 40 observadores da UA são de “todas as sensibilidades” e provenientes de quase todos os países do continente.
O chefe da missão africana mencionou a experiência cabo-verdiana na realização de várias eleições “com muita normalidade”, considerando que o convite das autoridades angolanas é uma “homenagem” à democracia cabo-verdiana e ao povo dessas ilhas.
Além da União Africana, as eleições gerais em Angola, marcadas para 23 deste mês, vão contar com observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) enquanto a União Europeia vai enviar quatro peritos.
Cabo Verde ainda vai estar representado como observador, através de uma delegação do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
A delegação do principal partido da oposição cabo-verdiana será composta pelos vice-presidentes Rui Semedo e João Batista Pereira.
O antigo Presidente cabo-verdiano Pedro Pires, que em 2012 chefiou a missão da União Africana, também é um dos observadores outra vez, a convite do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Concorrem às eleições o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).
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