“A paciência da comunidade internacional chegou a tal ponto que não creio ser possível que consigam assimilá-lo”, considerou o ex-chefe de Governo israelita, apontando que entre os países que considerariam inaceitável uma operação terrestre em larga escala em Rafah — no sul da Faixa de Gaza e junto à fronteira com o Egito — estão os Estados Unidos, o principal aliado do Israel.
Olmert também assinalou que uma das consequência imediatas seria a provável revogação pelo Egito do tratado diplomático firmado há 45 anos com Israel e pelo qual os dois países assinaram um amplo acordo de paz sob mediação dos Estados Unidos.
“Pode fazer em pedaços o acordo de paz entre Israel e o Egito (…). É um risco que não podemos correr”, assinalou Olmert ao frisar que o regime egípcio “veria com bons olhos” o fim do Hamas, mas que lhe preocupa a possível reação do seu povo face à morte de mais civis palestinianos.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 7 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já causou cerca de 30 mil mortos, na maioria mulheres, crianças e adolescentes, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.
A população da Faixa de Gaza confronta-se com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
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