“Conversei com Guaidó. Novas eleições livres são o caminho para o futuro democrático na Venezuela. Intervenções militares não conduzem à democracia. Pressão internacional ajuda. A luta é do povo venezuelano, só ele pode escolher seu destino político”, escreveu o ex-chefe de Estado do Brasil (1995-2003) no Twitter, referindo-se a um encontro que o autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó.

O líder do parlamento e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, viajou nesta quarta-feira para o Brasil para se reunir hoje com o chefe de Estado, Jair Bolsonaro, estando o encontro previsto para as 14:00 locais (17:00 em Lisboa).

Segundo o porta-voz da Presidência brasileira, Otávio do Rêgo Barros, o encontro de Guaidó com Bolsonaro não terá formalidades de chefe de Estado, estando previsto ser recebido no gabinete do chefe de Estado, no Palácio do Planalto, em Brasília.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes, tal como o Brasil.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já dezenas de mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.