“É imperativo manter o Porto como um destino turístico sustentável, prevenindo a degradação e a excessiva ocupação, o que implica ajustes nas políticas de gestão turística, nomeadamente no valor da Taxa Municipal Turística”, refere o presidente da câmara, Rui Moreira, na proposta a que a Lusa teve hoje acesso.
No documento, que será discutido na reunião pública do executivo municipal, Rui Moreira destaca a necessidade de “adaptar e rever” o respetivo regulamento face ao “contexto turístico e às necessidades da comunidade local”.
“A revisão da Taxa Municipal Turística visa, portanto, promover um equilíbrio adequado entre a promoção do turismo e a proteção dos interesses dos municípios, a fim de garantir a sustentabilidade do destino do turístico e do bem-estar da comunidade em geral, prevenindo a degradação e a excessiva ocupação”, acrescenta.
Em 2019, foram registadas na cidade 4,5 milhões de dormidas, número que aumentou em 2023 para 5,5 milhões de dormidas, refletindo a “recuperação do setor turístico após o impacto da pandemia [da covid-19], bem como indicador da contínua atratividade da cidade como destino turístico”.
A Câmara do Porto implementou em 2018 a Taxa Municipal Turística para responder ao crescimento da atividade na cidade.
No final de fevereiro, um estudo encomendado pelo município apontava para a necessidade de se aumentar a taxa, passando de dois para três euros nas freguesias do centro histórico e para 2,50 euros nas restantes freguesias do concelho.
O estudo, da autoria do professor José Rio Fernandes, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, salientava que o valor atualmente cobrado era reduzido relativamente a outras cidades com uma intensidade turística superior ou idêntica à do Porto.
Apesar das conclusões do estudo - também elaborado pelos docentes Luís Carvalho e Pedro Chamusca -, não foi tomada qualquer decisão por parte do executivo municipal, que remeteu à época a decisão para a proposta de revisão que será discutida na segunda-feira.
Na reunião, o vereador da Economia da Câmara do Porto disse ter “alguma dificuldade em acompanhar a diferença entre freguesias”, notando que a diferença do valor da taxa teria de ser justificada legalmente com despesas.
Também o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse não concordar com a diferenciação de taxas entre freguesias e que preferia avançar “com uma taxa única de três euros”.
Em 2022, a Taxa Municipal Turística gerou uma receita de 15 milhões de euros, estimando o município que a receita de 2023 seja superior a 20 milhões de euros.
Comentários