"As nossas forças armadas, em coordenação com as (milícias) das Forças Nacionais de Defesa, assumiram o controlo da antiga cidadela de Palmira, depois de infligirem pesadas perdas sobre os terroristas do Daesh (sigla árabe do EI)", disse a fonte militar.

O EI assumiu o controle da fortaleza a 23 de maio de 2015, quando hasteou sua bandeira. Desde então, controlava a cidade de Palmira e as suas ruínas históricas. A fortaleza, construída no século 13 na colina, tem vista para toda a cidade antiga. Este monumento islâmico foi posteriormente, batizado com o nome de Fakhreddine nome do emir druso que controlou a cidade no século 16. A fortaleza, bem como o sítio histórico de Palmira, são classificados como Patrimônio Mundial da Humanidade. Ao longo de meses, foram divulgadas imagens que mostravam os militantes do Estado Islâmico a destruir edifícios e obras de arte históricas da cidade.

Este vídeo amador (a autenticidade das imagens foi verificada pela Reuters) mostra algumas operações militares ontem, à entrada de Palmira.

Palmira, Mossul e Raqqa: três pontos estratégicos

A reconquista da cidade será uma vitória estratégica e simbólica para o presidente sírio Bashar al Assad, já que quem controla essa posição terá o domínio do vasto deserto que se estende da zona central da Síria até à fronteira com o Iraque, apontaram especialistas. A cidade, declarada Património da Humanidade, continha numerosos tesouros antigos como o Arco de Triunfo, os templos de Bel e de Balshamin e as torres funerárias, símbolo da sua importância nos primeiros séculos depois de Cristo. Muitos dos sítios arqueológicos foram destruídos, numa ação filmada e divulgada pelo EI.

Veja também este video dos confrontos, filmado por um drone que sobrevoa Palmira:

O diretor de Antiguidades da Síria, Maamoun Abdelkarim, indicou nesta quinta-feira à AFP que dois dos maiores tesouros arqueológicos que o EI destruiu com explosivos, os templos de Bel e Baal-Shamin, serão reconstruídos sob a supervisão do Unesco depois da "libertação próxima" de Palmira.

Ao mesmo tempo, o Iraque lançou uma ofensiva para recuperar Mossul, segunda cidade do país e principal alvo das autoridades iraquianas, que procuram recuperar os territórios em mãos do EI desde 2014. O exército e as Unidades de Mobilização Popular, coligação de milícias principalmente xiitas, lançaram a ofensiva, contando com o apoio da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, cujos aviões efetuaram oito bombardeamentos nos arredores de Mossul. O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, felicitou em comunicado os combatentes que "tiveram o seu primeiro êxito com a tomada de várias povoações" perto de Mossul.

Mossul, assim como Palmira e Raqa (norte), fazem parte do "califado" proclamado por Abu Bakr al Bagdadi, líder do EI, em 2014.