"Naturalmente, quando acontece um facto destes, é porque alguma coisa correu mal. Neste momento, ainda não conseguimos avaliar [o que aconteceu]. Os peritos estão a fazer essa averiguação para identificar as causas desta tragédia", afirmou o presidente da Câmara de Penacova, Humberto Oliveira, que falava aos jornalistas em Gondelim, aldeia onde decorreu a explosão.
Segundo o autarca, o que "é normal é, depois da missa, decorrer a procissão e, no fim, há uma salva de fogo, com alguma dimensão".
"Aquele fogo estaria preparado para esse momento do pós-procissão", explicou, referindo que as pessoas responsáveis pelo espetáculo de pirotecnia seriam "provavelmente de fora do concelho", já que não conhece ninguém com licença para operar em Penacova.
Sobre se é normal o fogo estar perto da capela onde rebentou, Humberto Oliveira disse desconhecer.
"A verdade é que estava. Temos que avaliar todos as nossas responsabilidades e aquilo que temos que mudar. Em casa roubada, trancas à porta. Temos que ser mais cuidadosos para que estas situações não aconteçam. Não faz sentido acontecerem", frisou o autarca, que é cliente "usual e habitual" da festa de Gondelim, terra natal do seu pai.
Questionado pelos jornalistas, o comandante distrital de Coimbra, Carlos Tavares, confirmou que a PSP e a PJ estão no local "a averiguar a situação", não sabendo dizer se a vítima mortal era a pessoa que estava a manusear o material pirotécnico, o que o vice-presidente da Câmara de Penacova, João Azadinho, tinha já assumido.
Dos 24 feridos registados, dois estão em estado crítico e três em estado grave. Contabilizam-se ainda cinco crianças nos feridos ligeiros.
Artur Simão, natural de Gondelim, assistiu ao desastre, relatando que houve uma primeira explosão e "uma segunda mais intensa", que originou uma "nuvem de fumo muito grande", perto da capela.
"A sorte foi estar a chover e as pessoas estavam dentro da capela, porque normalmente costuma estar mais gente cá fora a assistir à missa", sublinhou, referindo que, após a explosão, o teto da capela caiu e com ele "os candeeiros" que terão causado ferimentos nas pessoas que se encontravam dentro do espaço.
"Depois da explosão foi muita confusão, gritos por todo o lado", realçou o habitante de Gondelim, que contou "15 minutos" entre o acidente e a chegada da primeira equipa de socorro.
De acordo com Artur Simão, hoje era o dia mais importante da festa da Senhora da Moita, que começou no sábado e termina no domingo.
Durante esta semana, emigrantes e pessoas de vários pontos do país regressam à aldeia para as festas da sua terra natal.
[Notícia atualizada às 16:21]
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