Numa publicação hoje divulgada pelo diretor de tecnologia da rede social, o número de contas cujos dados foram partilhados com a Cambridge Analytica foi revisto em alta. Mike Schroepfer escreve que a empresa acredita que, no total, informações de até 87 milhões de pessoas, sobretudo nos Estados Unidos da América, podem ter sido partilhados com a consultora.

A atualização do número de contas afetadas foi feita no final de um longo texto a explicar as mudanças que a rede social está a preparar para "restringir o acesso aos dados do Facebook".

Os números inicialmente denunciados por Christopher Wylie estimavam que os dados de cerca de 50 milhões de contas tinham sido partilhados com a empresa.

O Facebook já anunciou que pretende lançar medidas para dar mais privacidade aos utilizadores, afirmando que "percebeu claramente" que as ferramentas disponíveis "são difíceis" de encontrar e que "tem de fazer mais" para informar os utilizadores da rede social.

O Facebook tem estado no centro de uma vasta polémica internacional associada com a empresa Cambridge Analytica, acusada de ter recuperado dados de utilizadores da rede social para elaborar um programa informático destinado a influenciar o voto dos eleitores, nomeadamente nas últimas eleições presidenciais norte-americanas, que ditaram a nomeação de Donald Trump para a Casa Branca, e no referendo sobre o ‘Brexit’ (processo de saída do Reino Unido da União Europeia).

Esta revisão surge horas depois de o líder da rede social confirmar que vai depor no Congresso norte-americano no próximo dia 11 de abril.

Quando as informações sobre a Cambridge Analytica foram tornadas públicas, a rede social fundada por Mark Zuckerberg afirmou-se "escandalizada por ter sido enganada" pela utilização feita com os dados dos seus utilizadores e disse que "compreende a gravidade do problema".

Nessa altura, Zuckerberg mostrou-se disponível para depor perante o Congresso norte-americano, tendo a empresa afastado a possibilidade de o CEO ser ouvido no parlamento britânico.

Numa missiva enviada ao presidente da comissão parlamentar, Damian Collins, a responsável pelo departamento de Relações Públicas do Facebook, Rebecca Stimson, informou que quem iria responder às perguntas dos deputados seria um dos adjuntos de Zuckerberg.