As greves totalizaram o equivalente a 181.238 dias de trabalho no setor público da saúde no ano passado, pelo menos mais 60 mil dias do que o verificado no ano anterior, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde analisados pela agência Lusa e confirmados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
As faltas por greve em 2018 mais do que duplicaram relativamente ao ano de 2016, que registou menos de 70 mil dias de trabalho perdidos por paralisações dos trabalhadores.
O total de mais de 180 mil dias de trabalho perdidos em 2018 conta com a primeira greve dos enfermeiros em blocos operatórios, que durou mais de um mês e decorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro.
Mas mesmo antes desta paralisação em blocos operatórios, o Serviço Nacional de Saúde já tinha ultrapassado, em outubro do ano passado, o total de dias de trabalho perdidos de todo o ano de 2017.
As ausências ao trabalho por todos os motivos, que não apenas as greves, subiram também em 2018, passando para o equivalente a mais de quatro milhões de dias perdidos.
No topo destas ausências estão as faltas por doença, que voltaram a aumentar em 2018, para um total que está acima de 1,8 milhões de dias perdidos, pelo menos mais 100 mil dias do que o registado em 2017.
Vários agentes da área da saúde têm vindo a avisar ao longo do último ano que o absentismo tem atingido valores fora do normal mesmo para o próprio setor.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros alertou, em meados do ano passado, que a taxa de absentismo na profissão “nunca foi tão alta”, apontando na altura para situações de exaustão e casos de profissionais que chegam a não conseguir comer ou ir à casa de banho, dada a falta de trabalhadores.
Também os administradores hospitalares apontaram já para valores “muito anómalos” de absentismo no setor da saúde.
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