“O marido de Asia Bibi, Ashiq Masih, pediu ao Reino Unido, Estados Unidos e Canadá que concedam asilo a Asia e à sua família”, disse à agência noticiosa espanhola Efe Wilson Chowdhry, porta-voz da Associação Cristã Britânico-Paquistanesa que solicitou ajuda ao ministro britânico do Interior, Sajid Javid.

Chowdhry deu conta de um vídeo que lhe foi enviado pela família de Asia no qual Masih apela ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à primeira-ministra britânica, Theresa May, e avisa sobre as ameaças contra a sua família no Paquistão.

“Dizem que depois do acordo entre o Governo e o [grupo islâmico radical] Tehreek-e-Labbaik Pakistán (TLP) houve sérias ameças contra Asia e a sua família no Paquistão”, concluiu a mesma fonte, aludindo ao pacto alcançado na sexta-feira que permite aos islamitas pedirem à Justiça que a cristã não saia do país enquanto o caso é revisto.

Depois da absolvição de Asia, milhares de militantes do TLP saíram às ruas do Paquistão durante três dias, provocando a quase paralisação do mesmo, cortando estradas e forçando o encerramento de escolas.

A cristã, mãe de cinco filhos, foi denunciada em 2009 por duas mulheres por, alegadamente, insultar o profeta Maomé. Foi condenada à morte em 2010 e quatro anos depois perdeu um apelo para o Supremo Tribunal de Lahore (leste).

A dura lei antiblasfémia paquistanesa foi estabelecida na época colonial britânica para evitar conflitos religiosos, mas na década de 1980 várias reformas levadas a cabo pelo então ditador, Mohamed Zia-ul-Haq, favoreceram os abusos.