“Ficaremos aqui até que o primeiro-ministro chegue a um acordo para devolver os reféns”, disse um porta-voz do Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas, perto da residência de Benjamin Netanyahu, no bairro exclusivo de Rehavia, em Jerusalém, após 107 dias de guerra.

Dezenas de pessoas reuniram-se junto da residência do governante com cartazes com os nomes dos reféns e, gritando “o gabinete é responsável pela vida dos reféns!”, exigiram um acordo imediato.

Orrin Gantz, mãe do jovem Eden Zacharia, sequestrado e morto em cativeiro aos 28 anos, pediu aos ministros do gabinete de guerra para que “desistissem do ego”.

“A minha filha não morreu apenas, ela morreu sob sua supervisão”, afirmou Gantz, citada pela agência Efe. “Bibi Netanyahu, confiamos em você. Não há outra pessoa que possa [devolvê-los]”, acrescentou aos manifestantes e à imprensa.

Este acampamento de protesto surge após outro semelhante na sexta-feira, quando alguns familiares já pernoitaram em frente à segunda residência de Netanyahu, na cidade israelita de Cesareia, e onde o chefe do Governo costuma passar fins de semana.

No sábado, outro protesto ocorreu em Telavive e em outras partes do país, estimando-se que 136 pessoas permaneçam em cativeiro em Gaza desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, que provocou mais de 1.200 mortos e 240 raptados.

Pelo menos 27 reféns já morreram, alguns por fogo israelita, segundo as mais recentes informações oficiais e vídeos de propaganda distribuídos pelo Hamas nos últimos dias.

O jornal norte-americano The Wall Street Journal publicou hoje em exclusivo que o Qatar e o Egito apresentaram a Israel e ao Hamas uma proposta de cessar-fogo em três fases, que duraria cerca de 90 dias, para pôr fim definitivo ao conflito e libertar os reféns, segundo fontes de segurança de várias partes envolvidas.

“Rejeito categoricamente as condições de rendição dos monstros do Hamas”, disse Netanyahu numa mensagem gravada divulgada pelo seu gabinete horas depois, na qual detalhou que não iria acabar com a guerra, retirar as suas tropas ou libertar “todos os assassinos e estupradores de Nuhkba”, a força de elite da ala militar do Hamas, em troca dos reféns.