Em declarações à agência espanhola Efe, a especialista da FAO Sophie von Dobschuetz afirmou que várias estirpes do vírus da gripe aviária tornaram-se endémicas na China, onde as aves estão a ser vacinadas para reduzir a circulação do vírus.

"Como o país não está em condições de eliminar o vírus das populações de aves domésticas abatendo-as, a vacinação ajuda a reduzir a pressão do vírus e a diminuir a exposição humana", afirmou von Dobschuetz.

A medida, explicou, não evita que os animais sejam infetados, mas garante que as aves não ficam doentes e o risco de contágio diminui.

Em 2013, começaram a ser detetados pela primeira vez na China casos de pessoas infetadas pelo vírus H7N9, capaz de afetar gravemente os seres humanos.

Uma análise da FAO em julho alertava para o risco de o vírus se introduzir em outros países, por via do comércio, representando uma ameaça à saúde pública e à segurança alimentar, face à alta probabilidade de contágio.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, nos últimos quatro anos foram confirmados 1.564 casos de infeção em seres humanos pelo vírus H7N9 em todo o mundo, que provocaram 612 pessoas.

Outro tipo de vírus da gripe das aves altamente patogénico, o H5N1, foi detetado em 2003 e causou 454 mortes em 860 pessoas infetadas em 16 países.

De acordo com a especialista da FAO, as aves selvagens são portadoras naturais da gripe das aves e, a partir dessas, o vírus pode ocasionalmente contagiar aves de aviário.

Von Dobschuetz lembrou que as aves selvagens podem voltar a introduzir o vírus mais do que uma vez e em locais distantes, o que permitiu a circulação do H5N8 na Europa, em 2016, e, este ano, em África.

Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal, o vírus H7N9 tornou-se endémico na China e o H5N1 em algumas partes dos continentes asiático e africano.

Von Dobschuetz considera que os serviços veterinários deveriam analisar a situação em cada país para tomar as medidas de controlo apropriadas, recordando que, até agora, este vírus não foi transmitido entre humanos e que não se é infetado através do consumo de carne de aves devidamente cozinhada.

Aumentar a vigilância, investigar os casos suspeitos através de testes laboratoriais, identificar os surtos a tempo e manter as aves em espaços fechados para as proteger do contacto com aves selvagens são algumas das recomendações da especialista da FAO.

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