Depois dos prejuízos recentes, a Farfetch pode ter encontrado na empresa sul-coreana Coupang uma bóia de salvação. A empresa asiática vai comprar a Farfetch e prevê injetar 458 milhões de euros.

"O Conselho de Administração congratula-se com o facto de a Farfetch Holdings ter conseguido assegurar uma solução que garante a continuidade das suas atividades e que continuará a servir a rede de marcas, boutiques e consumidores que dependem diariamente da Farfetch Marketplace", lia-se em comunicado, onde também foi revelada a insatisfação pela saída de bolsa da empresa devido a um “processo exaustivo e alargado para garantir liquidez adicional à Farfetch Limited e às suas filiais” que se revelou infrutífero.

"O Conselho de Administração lamenta que o processo não tenha conduzido a uma solução que garanta que a Farfetch Limited, a entidade cotada na bolsa, continue a ser uma empresa em atividade", salientou a Farfetch.

O acordo é assim total, o que levou já esta segunda-feira a que o Conselho de Administração apresentasse a sua demissão, estando de saída Dana Evan, David Rosenblatt, Diane Irvine, Gillian Tans, Stephanie Horton e Victor Luís. Esta saída, de acordo com a empresa, “não resulta de qualquer desacordo com a Farfetch Limited ou com as suas operações, políticas ou práticas”, permanecendo apenas na direção o fundador José Neves.

Refira-se que a plataforma de venda de marcas de luxo fundada em 2008 por José Neves, com sede fiscal em Londres e que foi o primeiro 'unicórnio' português (startup avaliada em mais de mil milhões de euros), tem vindo a apresentar prejuízos e a sofrer grandes perdas em bolsa recentemente, após dois anos de lucro em 2021 e 2022, beneficiando do boom do comércio online.

Esta venda da empresa acontece depois da procura por novo capital, duas semanas após ter sido reportado que José Neves também estaria em conversações para tornar a empresa privada, depois dos problemas enquanto empresa pública, sendo que em 2020 a Farfecht foi das empresas que mais faturou em termos de vendas online.