Em declarações à Lusa, o presidente do SNF, Henrique Reguendo, explicou que esta é a primeira greve que o sindicato decreta em 20 anos, que abrange os farmacêuticos que trabalham nos Serviços da Administração Pública, em concreto para o Ministério da Saúde, e que resulta do rompimento unilateral dos compromissos assumidos pelo Governo nas negociações da carreira farmacêutica.

“Uma greve dos farmacêuticos vai obviamente complicar a vida dos hospitais. Todos os sítios onde os farmacêuticos estão envolvidos se pararem de trabalhar as coisas não funcionam”, disse.

O pré-aviso de greve foi entregue na sexta-feira no Ministério da Saúde.

Estas negociações tinham sido finalizadas em março de 2017 e resultaram na proposta de um diploma que implementaria a carreira destes profissionais na administração pública, fundamentalmente, no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

As negociações tinham sido finalizadas em março de 2017 e resultaram na proposta de um diploma que implementaria a carreira destes profissionais na administração pública, fundamentalmente, no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No entanto, explicou, na segunda-feira em reunião no Ministério da Saúde, com a presença do ministro da Saúde e do secretário de Estado da Saúde, foi dito a este sindicato que, por alteração do posicionamento do Ministério das Finanças em relação à implementação desta carreira, não seria possível prosseguir com o processo legislativo que culminaria na publicação do referido diploma.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, a função destes profissionais no Serviço Nacional de Saúde é insubstituível em áreas tão críticas quanto as análises clínicas e a genética humana, bem como na aquisição, preparação e distribuição de medicamentos e dispositivos médicos, nomeadamente, medicamentos para o tratamento do cancro e das doenças infecciosas.

Ao todo, existem cerca de mil farmacêuticos no Serviço Nacional de Saúde.

“Os farmacêuticos desempenham várias tarefas chave nos hospitais e instituições de saúde. As vezes não são tão visíveis para o público, mas estão envolvidos desde a produção, distribuição, preparação da quimioterapia, papéis-chave sem os quais muitos doentes não têm possibilidade de serem tratados”, disse.

Henrique Reguendo explicou, ainda, que da publicação do diploma não resultava qualquer impacto orçamental nem nenhuma mais-valia para os farmacêuticos, a não ser a da adequada regulamentação e organização da função.

Tendo sido esgotados todos os mecanismos negociais, frisou, os farmacêuticos veem-se assim “forçados a recorrer à greve e lamentam os inevitáveis prejuízos que esta greve causará aos utentes”.

[Notícia atualizada às 13h17]