Candidata às eleições europeias pelo ADN - Alternativa Democrática Nacional, Joana Amaral escolheu fazer campanha esta quinta-feira no Terreiro do Paço, palco das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
Durante um direto no instagram, a candidata foi chamada de fascista por algumas pessoas que passavam pelo local e houve quem tentasse derrubar-lhe o telemóvel.
Contactada pelo SAPO24, Joana Amaral Dias garantiu que não é esta situação que a vai limitar de exercer os seus direitos enquanto cidadã.
"Eu defendo os valores de Abril como sempre defendi desde que cheguei ao ativismo e à política. Defendo a liberdade, a paz, a democracia, a justiça e o direito das pessoas a manifestarem-se".
Segundo a candidada às europeias pelo ADN, o partido fez este momento de campanha após o final das cerimónias oficiais que tiveram lugar no Terreiro do Paço, exactamente para "não causar disrupções".
O cartaz atrás de si e o direto que fez nas suas redes sociais, disse, tinha como objetivo "recordar a importância da Constituição". Mas foi durante esse direto que começou "a ser agredida".
"Não me considero sensível a impropérios, mas ali passaram todos os limites. Há ali agressão física, verbal e psicológica, o que acho lamentável. Ficou claro hoje de que lado estão os verdadeiros democratas e os verdadeiros extremistas", disse.
"Eu planeio continuar a manifestar-me como fiz hoje", garantiu Joana Amaral Dias. "Não vai ser agora isto que me vai mudar ou deter. Não posso deixar de exercer os meus direitos de cidadania por me sentir pressionada ou admoestada de alguma forma", acrescentou.
"Mas não me surpreende", disse por fim, lamentando a passividade de muitos quando "assistimos a uma cavalgada para se retirarem direitos, liberdades e garantias".
A antiga deputada Joana Amaral Dias vai ser a cabeça de lista do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) às eleições europeias de 09 de junho, com o objetivo de conseguir pelo menos um mandato no Parlamento Europeu.
“Quero ser a vossa voz no Parlamento Europeu”, afirmou a candidata, referindo que integra a lista do ADN como independente.
Joana Amaral Dias disse que se candidata para “lutar pela paz, pela liberdade, pela justiça e pela democracia” e quer “um espaço europeu que seja governado por eleitos e não por elites”.
A candidatura foi apresentada numa iniciativa que decorreu na Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa, a 18 de março, e contou com intervenções da candidata e do presidente do ADN, Bruno Fialho.
“Aqui não há enganos, nem votos enganados. Os votos no ADN não foram nenhum acaso, pertencem a cada vez mais portugueses que percebem que foram defraudados, abandonados pela democracia”, defendeu a ativista, numa referência ao crescimento do partido nas últimas eleições legislativas, atribuído por alguns a uma confusão dos eleitores com a AD (coligação PSD/CDS-PP/PPM).
Joana Amaral Dias disse ser contra a guerra, contra uma “globalização glutona”, contra a “censura e o silenciamento” e também contra o “monopolismo perverso tornou a livre concorrência num mito”.
“Move-me uma Europa que não esteja sempre subserviente a poderes opacos”, afirmou.
Questionada sobre a recomendação aprovada pelo Parlamento Europeu para a inclusão do aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, a candidata disse que defende a interrupção voluntária da gravidez “em determinadas circunstâncias” e que considera que este “não é um direito fundamental”.
O presidente do ADN referiu que o objetivo do partido é “pelo menos eleger a Joana Amaral Dias”, mas considerou “ser possível chegar ao segundo deputado europeu” ou mesmo a “um terceiro” e pediu novamente o “voto de confiança” dos eleitores que votaram nas legislativas.
Nas últimas eleições legislativas, o ADN conseguiu mais de 100 mil votos, depois de em 2022 ter tido quase 11 mil.
Bruno Fialho justificou também a escolha de Joana Amaral Dias para cabeça de lista salientando que é “ativista, independente, informada, culta e inteligente” e uma “defensora da independência e soberania de Portugal”, além de um “símbolo do inconformismo”.
Na sua intervenção, Bruno Fialho considerou que a Europa “vive hoje o período mais desafiante da História” e defendeu que a “essência do problema está no poder que foi entregue às instituições europeias”.
O líder disse que o “ADN quer ter uma voz forte e ativa” de “resistência contra os ataques à democracia, aos direitos e liberdades” que considerou estarem em curso, e elegeu “o globalismo” como “maior inimigo”.
Joana Amaral Dias já foi deputada à Assembleia da República eleita pelo BE, candidata nas legislativas de 2015 pela coligação AGIR (PTP e MAS), candidata à Câmara de Lisboa pelo Nós, Cidadãos! e mandatária do socialista Mário Soares nas eleições presidenciais de 2016.
A cabeça de lista disse na apresentação que não mudou “assim tanto” desde que chegou à política, “há mais de 20 anos” e contrapôs: “Quem se venceu, quem mandou a toalha ao chão foram as outras forças políticas, foram os outros, eu sigo sempre a mesma”.
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