Na cerimónia da bênção das velas, na Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima, Francisco pediu também a bênção para os “órfãos e injustiçados a quem não se permite ter um passado”.
Perante milhares de peregrinos que assinalam o Centenário das Aparições, e na véspera da canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto, o papa interpelou diretamente os fiéis, questionando-os sobre com qual “Maria” peregrinam.
“A Bendita por ter acreditado (…) ou (…) a ‘Santinha’ a quem se recorre para obter favores a baixo preço?”, questionou o Bispo de Roma, para quem os cristãos devem ser, antes de mais, “marianos”.
Na sua intervenção, o papa Francisco fez, ainda, uma exortação à necessidade de os católicos serem misericordiosos.
“Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia”, disse Francisco perante uma multidão de peregrinos de velas acesas nas mãos.
Segundo o papa, “a misericórdia de Deus não nega a justiça, porque Jesus tomou sobre Si as consequências” do pecado da humanidade “juntamente com a justa pena”.
Na Capelinha das Aparições, junto à imagem de Nossa Senhora de Fátima, Jorge Mario Bergoglio apelou aos peregrinos que ponham de lado “qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna” com “quem é amado”.
“Possamos, com Maria, ser sinal e sacramento da misericórdia de Deus que perdoa sempre, perdoa tudo”, disse o papa.
Francisco está desde esta tarde no Santuário de Fátima para presidir às cerimónias do Centenário das Aparições e canonizar, na manhã de sábado, os ainda beatos Francisco e Jacinta Marto.
Este é o quarto papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).
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