“É com grande alegria e regozijo que vemos este reconhecimento” que, por um lado, “revela que o cónego Formigão foi um grande apóstolo de Fátima”, mas, por outro, “também mostra o reconhecimento da igreja pela forma exemplar como viveu e conduziu a sua vida”, disse o responsável pelo Santuário de Fátima.

Este reconhecimento “sinaliza, uma vez mais, Fátima como uma escola de santidade”, acrescentou.

O reitor do santuário deu ainda os parabéns à congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, fundada pelo sacerdote que foi figura incontornável na investigação às ‘aparições’ na Cova da Iria.

O papa Francisco aprovou hoje a publicação do decreto que reconhece as “virtudes heroicas” do cónego Formigão, após uma audiência concedida ao prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé), cardeal Angelo Amato.

"Este é um passo central no processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, penúltima etapa para a declaração da santidade; para a beatificação, exige-se o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do agora venerável Manuel Formigão", lê-se no portal do Santuário de Fátima.

Manuel Nunes Formigão nasceu em 01 de janeiro de 1883 e foi ordenado padre em Roma, em 04 de abril de 1908, após ter estudado Teologia e Direito Canónico na universidade.

Com as ‘aparições’ de Fátima, em 1917, recebeu o convite do arcebispo de Mitilene para investigar a ocorrência e está presente na 5.ª ‘aparição’ (setembro) na Cova da Iria; efetua vários interrogatórios aos videntes que são a primeira fonte com que de imediato divulga o acontecimento de Fátima.

Faleceu em 30 de janeiro de 1958 e, devido à fama de santidade, a Conferência Episcopal Portuguesa anuiu em 2000 à introdução da causa de beatificação e canonização deste sacerdote.