De acordo com o Expresso este é um esquema que atrai sobretudo jovens e pessoas carenciadas. As pessoas podem ganhar um valor que pode superar os 100 euros por dia.
O processo de recolha de dados acontece sobretudo em centros comerciais ou em locais como a Estação do Oriente, onde por dia várias pessoas se encostam à "Orb" para fotografar a íris. Depois disso, recebem 10 worldcoins, a moeda virtual lançada em julho pela empresa Tools for Humanity, liderada por Sam Altman, criador do ChatGPT, com o objetivo de montar a maior rede financeira mundial.
De acordo com o Expresso, só no último mês a moeda teve uma valorização superior a 200%, valendo agora cerca de 7 dólares, sendo que em Portugal tem cada vez mais utilizadores, com a aplicação a atingir esta semana o primeiro lugar no top das mais descarregadas.
Segundo a empresa, citada pelo jornal, mais de 300 mil pessoas, já se submeteram à leitura da íris num dos 17 stands a funcionar nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, em Aveiro e em Braga. Cada utilizador ganha até 25 moedas se convidar outros a inscrever-se. Em média, há 4 mil novas pessoas a registar-se diariamente. Só na Gare do Oriente, em Lisboa, estão a ser atendidas 300 por dia, mediante marcação prévia.
Como funciona a recolha de dados?
A leitura da íris gera um código numérico — “World ID” — que funciona como um “passaporte digital” e permite provar, online, que uma pessoa é real e não um bot.
Qual o problema de recolher dados?
O Expresso sublinha que a empresa garante que os dados biométricos recolhidos nunca serão vendidos e que as imagens da íris são imediatamente destruídas após a formação do código, a menos que a pessoa consinta que fiquem armazenadas num servidor seguro, apenas para fins de atualização e melhoria do software. No entanto, não existe nenhuma entidade independente a supervisionar este processo e a garantir a destruição de dados.
Contactada pelo Expresso, a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) afirma já ter feito “uma ação de fiscalização e realizado diligências junto das empresas envolvidas” na Worldcoin, estando em curso um processo de averiguação. Está também a colaborar com autoridades europeias congéneres sobre este tema.
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