Em conferência de imprensa, no Porto, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros e porta-voz da FENSE, José Azevedo, disse estarem “mais perto do que nunca” de chegarem a um atendimento com o Governo de António Costa.
Contudo, o sindicalista advertiu que a greve está “apenas suspensa e não anulada”, podendo ser “reativada” caso hajam “recuos ou anulações” nas negociações em curso.
“Hoje, parece que finalmente o Ministério da Saúde aceita que a nossa proposta de acordo coletivo de trabalho resolve os problemas que os enfermeiros têm e com os quais se debatem”, reforçou.
José Azevedo contou que na terça-feira, após uma reunião com a Comissão Negociadora do Ministério da Saúde e das Finanças, chegaram ao “capítulo décimo” do acordo, ficando a faltar apenas mais dois.
O sindicalista defendeu uma tabela salarial ajustável aos enfermeiros a começar nos 2.020 euros, “menos 750 euros abaixo da tabela médica nas mesmas circunstâncias”.
“Mas, admitimos que o Governo atinja este valor em três prestações. No primeiro ano, em 2019, aceitamos que pague 50% deste valor e nos dois anos seguintes pague os restantes 25%”, ressalvou.
A FENSE está a negociar este acordo desde 16 de agosto de 2017, tendo sido um processo com “avanços, recuos, propostas e contrapropostas”, recordou.
O dirigente sindical considerou que é uma tendência “manter os enfermeiros mal pagos” para serem “mão de obra barata” para a hospitalização privada.
“O Estado não tem o direito de estar a sacrificar os enfermeiros com salários baixos e categorias indefinidas”, frisou.
Esta greve não tinha qualquer ligação com a 'greve cirúrgica" dos enfermeiros que está a decorrer nos blocos operatórios de cinco hospitais do país e que está previsto terminar a 31 de dezembro.
Os enfermeiros representados pela FENSE pretendem que a negociação de um acordo coletivo de trabalha que contemple, entre outros aspetos, a uniformização de horários de trabalho para 35 horas semanais e a introdução da categoria de Enfermeiros Especialistas, nas especialidades criadas ou a criar.
A "definição da hierarquia da enfermagem, constituída pelo enfermeiro diretor de serviço, de departamento, de instituição ou região" e a "revisão das tabelas remuneratórias, com índice e escalões adequados, quer na promoção, quer na progressão periódica da respetiva categoria" são outras das reivindicações da FENSE.
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